Economia
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Por — Rio de Janeiro

Apesar das recentes quedas na taxa de desemprego em todas as faixas de idade, os brasileiros jovens ainda precisam ultrapassar uma série de barreiras para ingressar no mercado de trabalho, mesmo com o aumento da escolarização. De acordo com a última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, do IBGE, a taxa de desocupação entre brasileiros com idade entre 18 e 24 anos é de 18%, mais de duas vezes superior à média nacional, que estava em 8,7% no trimestre encerrado em setembro.

Esse percentual só é superado pelo observado na faixa de 14 a 17 anos (31,7%), na qual é esperado que o desemprego se mantenha em patamar mais elevado, por conta dos estudos e do suporte financeiro dos familiares.

Taxa de desemprego por faixa de idade — Foto: Infografia
Taxa de desemprego por faixa de idade — Foto: Infografia

A coordenadora da pesquisa, Adriana Beringuy, afirma que o desemprego tradicionalmente é maior entre os jovens de 18 a 24 anos. O problema é que, depois da pandemia, essas pessoas buscaram se profissionalizar, mas ainda assim não foram absorvidas pelo mercado de trabalho.

O economista Rodolpho Tobler, do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre/FGV), lembra que essa dificuldade de inserção é uma consequência direta da falta de experiência profissional. É comum, até mesmo em outros países do mundo, que os jovens não encontrem boas oportunidades de trabalho porque ainda não desenvolveram as competências necessárias para ocupar vagas no mercado formal.

— Depois da pandemia, a renda pouco avançou, então as vagas criadas são de remuneração e qualificação baixas, muitas informais. Mesmo mais escolarizados, os jovens encontram esses problemas no mercado de trabalho. Por mais que o número de vagas tenha se recuperado da pandemia, ainda são vagas informais. Então, há mais dificuldade das pessoas se inserirem nos empregos que elas realmente buscam — diz Tobler.

Bruno Imaizumi, economista da LCA Consultores, explica que essa dificuldade de inserção acontece também porque as empresas ainda preferem contratar pessoas experientes do que treinar iniciantes, mesmo escolarizados. Elas ainda não têm esse olhar de “mentoras”.

— Até mesmo o mestrado tem se tornado menos importante que os contatos e experiências profissionais.

Contrato temporário para jovens

Tobler avalia que o novo projeto de lei, que permite contrato temporário seguindo as regras da CLT para jovens, pode ser positivo para estimular a contratação nessa faixa de idade, mas está atento para eventuais riscos fiscais.

Nesta terça-feira, a Casa aprovou, por 286 votos a 91, um PL que cria regras especiais para contratações de brasileiros entre 18 a 29 anos ou com idade superior a 50 anos. A proposta permite contratos com vigência de até 24 meses e carga horária de 8 horas diárias e 44 semanais, com redução da jornada para estudantes.

O texto estabelece que os empregadores que aderirem aos contratos especiais podem ter uma redução na contribuição patronal previdenciária para 10%. A relatora Adriana Ventura ainda acrescentou à proposta uma redução de depósitos do FGTS, que atualmente é de 8% sobre o salário, para 2%, quando o empregador for microempreendedor individual ou microempresa; 4%, para empresa de pequeno porte, entidade sem fins lucrativos, entidade filantrópica, associação ou sindicato; e 6%, para as demais empresas.

— O principal ponto da PL é que existem duas categorias com maior dificuldade de entrar no mercado, aquelas que são muito jovens ou muito velhas. É importante se pensar em políticas públicas que aceleram a contratação dessas pessoas, para que o desemprego se reduza. Seria mais gente trabalhando e mais pessoas movimentando a economia, mas ainda precisamos entender o tamanho da contrapartida fiscal — conclui Tobler.

Imaizumi, por outro lado, que reformas econômicas costumam trazer melhores resultados do que a criação de modelos de contrato focalizados, por permitirem um ambiente de negócios mais favorável, estimulando as contratações.

Claudio Felisoni, professor da FIA Business School, considera a proposta importante no sentido de trazer uma alternativa focada em reduzir o desemprego entre os mais jovens. Embora seja necessário ter reformas mais estruturantes e modernizadoras voltadas para as relações de trabalho, o especialista entende que, ainda assim, certos grupos necessitam de medidas direcionadas para solucionar questões que os afetam exclusivamente, como os jovens:

— Sem dúvidas há necessidade de fazer uma reforma mais ampla no mercado de trabalho, mas, se esperarmos uma reforma mais ampla, não fazemos nada. É preciso levar em conta que estamos tratando de um grupo que exige políticas específicas — afirma.

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