Por Pablo Ribeiro, Rodrigo Rodriugues, g1 SP — São Paulo


Derrite durante evento em SP sobre segurança pública — Foto: Pablo Gomes/g1

O secretário estadual da Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite (PL), disse nesta quarta-feira (25) que sugeriu ao governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) que contrate policiais aposentados para atuarem na resolução de conflitos e orientação de estudantes nas escolas públicas do estado.

A jovem foi baleada na cabeça por um aluno de 16 anos, que foi detido. Outras três pessoas ficaram feridas.

“O que eu sugeri para o governador: pensar num programa em que policiais veteranos sejam recontratados pelo estado para serem gestores do programa de segurança escolar. Ele vai cuidar das rondas do programa escolar, das câmeras da vizinhança solidária escolar, da integração do sistema administrativo da educação”, disse o secretário.

Derrite afirmou que a ideia de contratação dos policiais aposentados não é torná-los um ‘xerife escolar’, mas um gestor de programas de integração entre as pastas da Educação e Segurança Pública.

“Ninguém está falando de colocar um policial que vai ser um xerife na escola, ele vai ser o gestor do programa de segurança escolar. O veterano seria o responsável por isso, melhorando a integração [entre Educação e Segurança Pública]”, declarou.

“A presença policial nas escolas eu acho fundamental para dissuadir qualquer outra tentativa de uma juventude que tem que ser cuidada; os jovens que não tem base familiar, que estão em depressão, que não sabem lidar com resiliência e acabam cometendo esses crimes lamentáveis. A minha sugestão que foi apresentada para o governador, que vai avaliar, é que haverá uma série de medidas para ampliar a proteção da segurança nas escolas”, completou.

O secretário participou na manhã desta quarta (25) da abertura de um congresso internacional de operações policiais (COP Internacional), conjugado com uma feira de produtos de segurança pública.

O evento é realizado na SP Expo, no Pavilhão Imigrantes, Zona Sul da capital paulista, até a sexta-feira (27).

Vigilantes nas escolas

Frase de Paulo Freire escrita no muro da Escola Estadual Sapopemba, na Zona Leste de SP, palco de um assassinato a uma estudante de 17 anos. — Foto: Rodrigo Rodrigues/g1

Segundo o governo, eles irão atuar inicialmente na Região Metropolitana. Ao todo, a gestão estadual pretende contratar mil vigilantes.

À época, a gestão estadual afirmou que os profissionais deveriam começar a trabalhar entre os meses de junho e julho. Os agentes foram contratados de uma empresa privada e vão trabalhar nas unidades desarmados.

Seleção das escolas

De acordo com o governo, a seleção das escolas atendidas foi feita por 91 diretorias regionais de ensino com base nos critérios de vulnerabilidade da comunidade e convivência no ambiente escolar.

O projeto prevê ainda que as empresas selecionadas contratem agentes homens e mulheres com formação profissionalizante na área de segurança, e exige a consulta aos antecedentes criminais dos selecionados.

Os vigilantes devem circular dentro da escola e avisar a direção qualquer ocorrência.

Ainda segundo a gestão estadual, serão investidos R$ 70 milhões por ano no projeto.

Segundo ataque

Um adolescente de 16 anos, também aluno, entrou armado no colégio e efetuou os disparos. Ele foi apreendido junto com a arma e encaminhado à Cara da Infância e Juventude.

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Na terça, o corpo da Giovanna Bezerra Silva, de 17 anos, morta com um tiro na cabeça, foi enterrado em Santo André. À tarde, estudantes fizeram uma homenagem à jovem na porta da escola.

Investigação

A Polícia Civil abriu três inquéritos sobre o caso. O primeiro, sobre o ato infracional, já foi concluído. Ele deu quatro tiros, um dos disparos acertou uma janela, e os demais, três alunos.

Aos policiais, o atirador afirmou ter encontrado a arma na casa do pai, dentro de um colchão. As balas estavam em uma caixa separada. Ele teria carregado a arma, levado à casa em que mora com a mãe e cometido os crimes sozinho.

A polícia, no entanto, apura a informação de que ele teria comentado que cometeria o ataque em um grupo fechado de uma rede social de que participa. Também é investigado se ele foi incentivado a fazer os atos.

E um terceiro investiga se houve omissão do pai do agressor em relação à arma. Ela foi registrada em 1994 e não foi recadastrada.

O pai do adolescente prestou depoimento e assumiu a responsabilidade por ter a arma. Ele pediu desculpas à família da menina morta.

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