Por Ana Flávia Paulo, g1 SP — São Paulo


Alunos de escolas na Zona Norte de São Paulo reclamam de falta de limpeza — Foto: Arquivo pessoal

O Deputado Estadual Danilo Balas (PL) protocolou na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) o Requerimento que solicita explicações da Secretaria Estadual de Educação a respeito da falta de limpeza nas escolas estaduais Professor Augusto Ribeiro de Carvalho, Professor Walfredo Arantes Caldas e Professor Moacyr Campos após reportagem do g1.

As três instituições estão localizadas nas zonas Norte e Leste de São Paulo. Em março, alunos ouvidos pelo g1 reclamaram da falta de funcionários para fazer a limpeza dos ambientes. Os problemas estariam acontecendo desde o retorno das aulas presenciais por todo o estado. O g1 pediu posicionamento da Secretaria e aguarda resposta.

Na proposta, o parlamentar questiona à pasta o motivo dos problemas de higiene nas escolas citados e solicita explicações sobre as providências imediatas que estão sendo tomadas pelo governo estadual diante dos casos.

Danilo Balas ainda levanta questões quanto há indícios de irregularidades nos contratos das empresas responsáveis pela limpeza nas unidades de ensino. O deputado interroga se há procedimentos de apuração em curso. Ele também realiza indagações dos dados sobre a quantidade de profissionais de limpeza que atuam nas instituições e os métodos de fiscalização de qualidade dos serviços prestados.

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Segundo os alunos da escola estadual Professor Augusto Ribeiro de Carvalho, existem somente dois funcionários para realizar a faxina dos dois prédios, e os próprios estudantes estariam fazendo a limpeza das salas de aula.

Para denunciar a situação, eles criaram, em março, um movimento nas redes sociais. Fotos tiradas pelos alunos mostram lixeiras dos banheiros lotadas, os vasos sanitários sujos e o piso branco coberto de manchas.

As instituições são geridas pelas Diretorias de Ensino Região Norte 1 e Leste 5.

Em nota, a Secretaria Estadual da Educação informou que a Diretoria de Ensino Norte 1 já realizou reunião com a empresa responsável pela limpeza das escolas citadas. Segundo a pasta, a diretoria de ensino se comprometeu a encaminhar "mais funcionários para melhor atendimento das unidades".

'Um cheiro muito forte e insuportável', disse aluno sobre falta de limpeza em escola na zona norte — Foto: Arquivo pessoal

'Um cheiro muito forte e insuportável'

Também na Zona Norte, a escola estadual Professor Walfredo Arantes Caldas, além de poucos funcionários para a faxina, também estaria desabastecida de materiais de higiene e limpeza, segundo relatos de estudantes.

"Banheiros com um cheiro muito forte e insuportável. Você só vai porque precisa mesmo, e em último caso. Também não tem sabão e papel para lavarmos e secarmos a mão", disse um aluno do 3º ano do ensino médio matriculado na instituição.

Alunos em escola Walfredo Arantes Caldas se queixam de falta de limpeza das salas de aula — Foto: Arquivo pessoal

A situação é semelhante à retratada pelo aluno João Victor Antônio, da escola estadual Professor Moacyr Campos. "Muitas salas de aulas são sujas, temos mais ou menos 16 salas em 2 corredores. Com a quantidade de funcionários que temos, elas acabam não dando conta", disse o estudante.

Em um vídeo gravado por João Victor, o chão do banheiro dos alunos na unidade aparece coberto de manchas.

Aluno do ensino médio filma situação do banheiro em escola estadual na Zona Leste de SP

Aluno do ensino médio filma situação do banheiro em escola estadual na Zona Leste de SP

Procurada pelo g1 para falar sobre o problema, a secretaria informou que "não procede a denúncia de falta de funcionários de limpeza na Escola Estadual Moacyr Campos".

Segundo o órgão, "a Diretoria de Ensino Leste 5, gestora do contrato, esclarece que a prestação na unidade está a contento, com um número de funcionários considerado adequado, bem como entrega regular do serviço".

Falta de limpeza em 2021

Em outubro de 2021, alunos de escolas estaduais da Zona Norte de São Paulo e de Guarulhos, na região metropolitana, tiveram que voltar ao ensino remoto na semana em que as aulas presenciais se tornaram obrigatórias em todo o estado devido à falta de funcionários de limpeza.

Segundo o governo do estado, as empresas responsáveis pela limpeza nas unidades de ensino (Shalom e Star Clean) não realizaram o pagamento dos funcionários com o dinheiro repassado. A pasta informou que ambas estão impedidas de licitar por dois anos.

"A Shalom foi sancionada e houve rescisão unilateral. Já a empresa Star Clean está passando por dois processos sancionatórios, além do contrato ter sido rescindido unilateralmente", disse a secretaria.

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