Depressão pré-vestibular e Enem

Entre os sintomas da depressão estão a insônia ou excesso de sono, alteração no apetite, irritabilidade e choros involuntários
Por Thaís Dutra

Cerca de 10% dos adolescentes brasileiros vivem com depressão
Cerca de 10% dos adolescentes brasileiros vivem com depressão
Crédito da Imagem: Shutterstock
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O período que antecede os vestibulares e o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) mexe com o emocional dos estudantes. A pressão para ser aprovado, que parte de si mesmo, dos pais e da escola, aliada à dúvida sobre qual carreira seguir fragilizam ainda mais o emocional dos adolescentes. Dependendo da gravidade, pode até causar depressão.

De acordo com a Federação Brasileira de Psicanálise, cerca de 10% dos adolescentes vivem com depressão. Relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) também conclui que, entre 2000 e 2015, houve um aumento de 65% no índice de suicídio entre crianças de 10 a 14 anos, e de 45% entre adolescentes de 15 a 19 anos. 

Você já se sentiu ou ainda se sente tão desmotivado que até esqueceu as metas que havia determinado? Se sente sem rumo e não tem vontade de ir para a escola nem mesmo para encontrar os amigos? Você pode estar com depressão. 

 

Tópicos deste artigo

Depressão pré-vestibular

Entre os diversos fatores que podem causar a depressão em adolescentes está a preparação para o Vestibular e Enem, a pressão em conseguir uma ótima pontuação e, assim, ter a tão sonhada vaga na universidade pública. Afinal, você se dedicou para isso e espera ter uma recompensa. 

Segundo o mestre em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), Fernando Elias José, a depressão em adolescentes costuma passar despercebida pela maioria das famílias. É importante ficar atento aos sintomas, que podem aparecer de diversas formas, como: 

  • Desânimo
  • Sono em excesso ou insônia
  • Alteração no apetite
  • Irritabilidade
  • Choros involuntários

“Sintomas estes que podem ser confundidos com o comportamento dito 'normal' da adolescência”, explica Fernando José. No entanto, familiares e agentes da escola podem identificar as alterações de comportamento e auxiliar no tratamento. 

O mestre em Psicologia e pesquisador em Ciências Cognitivas reforça que o próprio estudante também pode pedir orientação assim que identificar que existe “algo de errado”. “Quanto mais cedo a depressão for diagnosticada, mais rápida será a melhora. A conversa com os pais, profissionais e na escola será o melhor remédio para iniciar o tratamento”, e completa: “Não tenha vergonha de procurar ajuda”. 

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De acordo com Fernando José, o estudante deve ter equilíbrio durante o momento de preparação para o Vestibular, em busca de conseguir controlar a ansiedade e não cair na depressão. Para isso, é importante se atender ao excesso de tempo dos estudos, dormir bem e se alimentar corretamente.

Como ajudar um estudante com depressão

Para a psicóloga Elisa Bichels, a escola tem um papel fundamental na prevenção. “As escolas precisam incluir para 'ontem' nos seus currículos matérias sobre empatia e habilidades para a vida, como treinamento de habilidades de tolerância à frustração, regulação emocional e também atividades lúdicas, como música, games e arte”, comenta Elisa.

“As escolas devem ter como norte o trabalho com empatia e princípios de inclusão e cidadania.” (Psicóloga Elisa Bichels)

Uma das unidades brasileiras que já oferece esse tipo de educação diferenciada é o Colégio IBPI, localizado na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Conforme a diretora pedagógica, professora Lúcia Dieguez, o colégio possui o plano de unir a comunidade acadêmica com profissionais de saúde para atender da melhor maneira os alunos, inclusive em sua individualidade.

“Não existe um único caminho, precisamos observar este aluno e desenvolver mecanismos de conquista e apoio neste momento difícil de sua vida, explica Lúcia Dieguez.

Os especialistas dão dicas fundamentais para evitar e enfrentar a depressão em época de vestibular e Enem. Veja: