Depois das dificuldades para prestar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em novembro, Letícia Gabriele Nunes de Araújo, de 18 anos, finalmente, pode comemorar.
A estudante, que tem cegueira em ambos os olhos em razão de uma displasia septo óptica, concluiu neste domingo (9) o primeiro dia da reaplicação da prova, dessa vez, com caderno de questões em braile.
"Acredito que eu tenha me saído bem, porque a maioria [das questões] eram interpretação textual. A minha expectativa é para que eu tenha conseguido tirar mais do que eu consegui tirar da última vez", disse.
Letícia Gabriele Nunes de Araújo, de Ribeirão Preto (SP), conseguiu direito a refazer Enem com questões em braile — Foto: Arquivo pessoal
O direito de fazer a prova adaptada só foi conquistado depois que a jovem entrou com um mandado de segurança contra o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), responsável pelo Enem. A decisão, favorável à estudante, saiu no dia 20 de dezembro.
No próximo domingo (16), Letícia realiza o segundo dia de provas e se prepara para questões de questões de matemática e ciências da natureza.
Entenda o caso
Em novembro, quando as provas do Enem foram aplicadas nacionalmente, Letícia teve problemas para realizar o exame, por não ter tido acesso ao caderno adaptado que havia solicitado em julho, quando se inscreveu.
No dia do exame, a estudante precisou de uma ledora para fazer a prova na Escola Estadual Cônego Barros, no Centro de Ribeirão Preto, e não conseguiu produzir a redação.
A história se repetiu no domingo seguinte, dia 28, e Letícia relatou ter tido ainda mais dificuldades, pois as questões envolviam cálculos e gráficos.
Na época, o Inep chegou a informar que Letícia não tinha solicitado a prova adaptada, o que foi negado pela jovem e pela mãe dela, Daiane Nunes.
Antes de acionar a Justiça pelo direito de fazer a prova, Letícia chegou a entrar com recurso no site do Inep, mas teve o pedido negado.