De Boa no Enem 2022

Por G1 RN


Professor Henrique Lucena acredita que provas podem fazer conexão com textos de documentos originais do passado, mas destacando problemáticas cotidianas atuais — Foto: Divulgação

O racismo é uma das apostas de especialistas para a edição 2020 do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Ao longo do ano, o tema ganhou ainda mais destaque na imprensa e nas redes sociais. De acordo com o Google Trends — ferramenta do Google que mostra os termos mais populares buscados pelos usuários, o assunto está entre um dos mais pesquisados.

Junho foi o mês recorde de interesse pela temática no Brasil desde 2006. A plataforma também revela que casos de violência contra negros, dentro e fora do país, despertaram o interesse dos brasileiros sobre temas como “racismo estrutural”, “privilégio” e “privilégio branco".

Na avaliação do professor de História Henrique Lucena, o racismo e a escravidão são assuntos que podem ser cobrados nas provas de Ciências Humanas e suas Tecnologias e na de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias.

As provas podem fazer conexão com textos de documentos originais do passado, notícias de jornais ou discussões atuais, mas sempre destacando problemáticas cotidianas do tempo presente. Ainda segundo ele, questões raciais no Brasil estão diretamente relacionadas com o período escravocrata e, por isso, não podem ser dissociados.

“Na maioria das questões de humanas e linguagens, os temas racismo e escravidão aparecem em conjunto, mostrando que o racismo que existe atualmente na sociedade brasileira está diretamente vinculado e é produzido pela escravidão racial no país. A escravidão no Brasil não foi uma escravidão qualquer. Ela tem uma justificativa racial”, enfatiza.

Professor do Colégio Nossa Senhora das Neves, em Natal, Henrique Lucena também explica que o Enem compreende o racismo e a escravidão como elementos basilares da formação educacional do ensino médio e que, por isso, são temas prioritários pelo exame.

“O racismo e a escravidão marcaram a construção do Estado Nacional brasileiro e do racismo que é estrutural. Esses dois temas podem aparecer na prova tanto do ponto de vista artístico quanto do ponto de vista linguístico, a partir das próprias ações sociais”, frisa.

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