Rio Bairros

Criado há 138 anos, Instituto de Educação segue formando professores

Dos cursos atuais, os que mais se assemelham aos das antigas normalistas são a graduação em Pedagogia es pós-graduações em Gestão Educacional Integrada e em Metodologia de Ciências

Neocolonial. No pátio que já serviu de cenário para várias gravações, o chafariz onde as normalistas se jogavam após a formatura
Foto: Mauricio Peixoto / Maurício Peixoto
Neocolonial. No pátio que já serviu de cenário para várias gravações, o chafariz onde as normalistas se jogavam após a formatura Foto: Mauricio Peixoto / Maurício Peixoto

RIO — Hoje, 5 de abril, faz 138 anos que a Escola Normal da Corte foi criada com o objetivo de formar professores primários. A instituição, que teve vários endereços pelo Rio e já se chamou Escola Normal do Distrito Federal, com o advento da República, em 1889, mudou o nome para Instituto Sde Educação. E, a partir de 1932, passou a ocupar o prédio em estilo neocolonial da Rua Mariz e Barros 273, onde está até hoje. Mesmo após tantos anos, a instituição centenária continua preservando a sua essência, de formar profissionais de educação. No aniversário, a escola com hino próprio abre as portas de seu imponente prédio no coração da Tijuca onde há teatro, centro de memória, bustos de personalidades que fizeram parte da história do país e um pátio tantas vezes cenário de novelas e minisséries que marcaram época.

Dos cursos atuais, os que mais se assemelham àqueles das antigas normalistas são a graduação em Pedagogia, que forma professores para a educação infantil e básica; e as pós-graduações em Gestão Educacional Integrada e em Metodologia de Ciências, que habilitam professores de Matemática e Biologia para o ensino fundamental. Há também espaço para uma pós em Educação Museal.

— Considero este espaço a casa da pedagogia e da educação, devido à sua tradição. Eles têm história e sabem estar atentos ao futuro. Estou gostando do curso, apesar de achar que deveriam ser mais reconhecidos — afirma a aluna Maria Estela Reis, aposentada de 58 anos.

Para festejar a data, haverá hoje uma cerimônia, com a presença dos conselheiros plenos e beneméritos, da diretoria, e de toda a comunidade escolar, com o pelotão da bandeira, representado por alunos de todos os segmentos do Instituto Superior de Educação do Rio de Janeiro (Iserj).

Além da formação de professores, o instituto oferece educação infantil, ensino fundamental, ensino médio e cursos técnicos em administração, informática e secretaria escolar. Sua estrutura heterogênea pode, ainda, ajudar na formação dos graduandos.

— O aluno de pedagogia tem uma carga curricular de estágio a ser cumprida. Com a nossa estrutura, esse aluno pode ter experiência de prática docente sem sair daqui — explica Felipe Cordeiro, coordenador do ensino superior da instituição.

O professor acrescenta que, por mais que o momento seja de comemoração, por ocasião do aniversário, também se trata de uma oportunidade para reforçar o papel de resistência da instituição:

— Mesmo tendo uma direção engajada, nós precisamos que o governo ponha mais recursos aqui dentro. O campus é muito grande, e a missão e o seu significado são muito importantes. Precisamos de um olhar um pouco mais cuidadoso, para que esse local idealizado por Benjamin Constant há 138 anos e com a relevância de seu papel reforçada pelos ideais de Anísio Teixeira nos anos 1930, que queria uma educação “laica, gratuita e para todos”, seja fortalecido ainda mais — finaliza Cordeiro.

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