Cresce número de crianças autistas matriculadas escolas e centros municipais de educação infantil de Santarém, oeste do Pará — Foto: Mauro Marques
O número de alunos com TEA (Transtorno do Espectro Autista) nas escolas e centros municipais de educação infantil de Santarém, oeste do Pará, cresceu nos últimos anos. Segundo a Secretaria Municipal de Educação (Semed), atualmente são 260 crianças autistas matriculadas nas unidades de ensino do município.
Dados da Secretaria de Educação destaca que o número de inclusão por TEA tem tido uma enorme crescente e se faz necessário preparar os profissionais para atende-lós com mais qualidade. Na Unidade Municipal de Educação Infantil (UMEI) da Prainha em Santarém, estão matriculadas 25 crianças.
De acordo com a coordenadora da UMEI, Maíla Aguiar, é importante o professor estar capacitado para oferecer uma melhor qualidade de ensino para as crianças com TEA. "O primeiro passo é o processo de sensibilização dos profissionais, isso também vale para as famílias", destacou a coordenadora Maíla.
Não basta somente os responsáveis matricularem uma criança com TEA na escola. Os pais precisam apresentar um laudo, caso contrário, ela passa por uma observação para interpretar como será seu desenvolvimento e seu comportamento.
"A partir do momento em que os responsáveis não apresentam um laudo, recomendamos que seja realizado uma observação na criança por um especialista e, a partir disso chamamos a família para conversar sobre como será aplicado as atividades de ensino. Algumas aceitam e outras não a observação", disse.
Para a diretora Iolanda Batista, da Escola Municipal Fluminense em Santarém, a instituição já conta com estrutura e profissionais qualificados em educação especial.
"Na escola Fluminense já atendemos aproximadamente 83 alunos com autismo. Atualmente estamos com 44 alunos matriculados especiais e 22 são autistas. Para nós é um desafio e ao mesmo tempo algo prazeroso, pois trabalhamos com mais humanismo", contou
Os próprios professores identificam casos de autismo em sala de aula. Na maioria das vezes, chamam os pais para que possam levar a criança a um especialista.
"Não existe um padrão para identificar uma pessoa com autismo. Há detalhes que fazem os profissionais duvidarem do comportamento de uma criança como o atraso na linguagem, por exemplo, mas somente um especialista tem a competência para fazer o diagnóstico. É importante fazer, pois, ajuda os profissionais da escola atender a criança dentro de sua especificidade", comentou Aguiar.
O preconceito é uma barreira enfrentada por crianças com autismo. Um assunto que é trabalhado em sala de aula cotidianamente.
"Ele precisa ser inserido nas turmas regulares. Preparamos os profissionais para atender a especifidade de cada criança. Os pais precisam também acompanhar o desenvolvimento, porque em conjunto preparamos uma criança para a vida", enfatizou.