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Corte de verba para Censo teve pandemia como principal argumento

Adiado de 2020 para este ano, o levantamento não está garantido por conta do corte de R$ 2 bilhões para míseros R$ 75 milhões

Por Victor Irajá Atualizado em 14 abr 2021, 19h23 - Publicado em 14 abr 2021, 18h48

Minguado pelo relatório do senador Marcio Bittar (MDB-AC) no projeto que define o Orçamento para este ano, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE, passa por mudanças estruturais. Alegando motivos pessoais, a então presidente do instituto, Suzana Guerra, pediu demissão um dia depois da previsão orçamentária ser aprovada no Congresso Nacional. Eduardo Rios Neto, então diretor de pesquisas do Instituto foi indicado nesta quarta-feira, 14, ao cargo.

No Senado, reduziu-se de 2 bilhões de reais para pífios 75 milhões de reais os recursos para a autarquia no ano. Os recursos eram estimados para a realização do Censo 2021, que coleta informações detalhadas sobre a população brasileira. A pesquisa, porém, corre sérios riscos. Numa reunião com o ministro da Economia, Paulo Guedes, o senador Bittar afirmou que a realização do Censo este ano não faria sentido, graças às medidas de isolamento e distanciamento social pregada por governadores e prefeitos. “O único corte sobre o qual tomei a iniciativa foi o Censo. Não faz sentido o Estado pedir para que as famílias fiquem em casa, principalmente os grupos de risco e levar um exército para essas casas”, afirma o senador a VEJA. Segundo ele, Guedes concordou com a leitura.

Adiada de 2020 para este ano, o levantamento não está garantido. Previsto para agosto, o Censo não está na lista de prioridades do ministro da Economia, Paulo Guedes, na formação do Orçamento. No ano passado, eram previstos 3,4 bilhões de reais para a realização do levantamento, mas foram reduzidos para 2,3 bilhões de reais antes da suspensão.

Na semana passada, o IBGE suspendeu a realização de concursos para a convocação de recenseadores, graças à ausência de recursos. “O IBGE informa, ainda, que avaliará (…) um novo planejamento para aplicação das provas, a depender de um posicionamento do Ministério da Economia acerca do orçamento do Censo Demográfico”, diz o instituto. A última pesquisa foi realizada em 2010 e é o principal norte sobre informações demográficas do país, fundamentais para a tomada de decisões em relação a políticas públicas. O Censo realiza um mapeamento sobre o acesso a serviços de educação e saúde, o nível de emprego e renda, entre outras questões que permitem traçar o perfil da realidade brasileira atual de forma aprofundada.

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Feito a cada década, conforme manda a lei 8.184/1991, o levantamento comporta informações robustas relativas a mais de 70 milhões de domicílios sobre moradia, condição de renda e emprego. A cada mês, essa base é atualizada pela Pnad Contínua, pesquisa que traz recortes atualizados sobre condições de emprego e habitação por consulta amostral, aferida pelos pesquisadores em 211.344 domicílios.

O Censo 2021, se realizado, terá menos perguntas. Serão 26 no questionário básico, contra 37 da edição anterior. Na versão completa, a redução é de 112 para 76. Questões sobre emigração, renda e aluguel ficaram de fora. A redução já estava certa para a pesquisa suspensa em 2020.

Novo presidente

Em meio às incertezas sobre a realização do Censo, Guedes indicou Eduardo Luiz Gonçalves Rios Neto para o comando do IBGE. Doutor em Demografia, Rios Neto é membro da Academia Brasileira de Ciências e professor titular aposentado da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Ele ocupa o cargo de diretor de Pesquisas do IBGE. E o início de sua gestão promete já ser de desafios.

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