Coordenador do Enem deixa cargo após ofensiva do governo sobre a prova
A exoneração, assinada pelo ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, consta do Diário Oficial da União (DOU) e foi feita a pedido, segundo o governo. O posto será assumido por Michele Cristina Silva Melo.
O pedido de demissão de Oliveira ocorre meses após uma ofensiva do governo sobre o conteúdo do Enem. No ano passado, o presidente da República, Jair Bolsonaro, chegou a dizer que a prova passaria a ter "a cara do governo". Depois de críticas da oposição e até pedidos à Justiça para a suspensão do exame, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, negou qualquer interferência.
No entanto, como mostrou o jornal O Estado de S. Paulo em novembro, servidores relataram pressão para alterar questões. Houve, inclusive, supressão de itens considerados sensíveis para o núcleo ideológico do governo. O clima interno suscitou pedidos de exoneração em massa de funcionários de carreira do Inep, que viram assédio moral na ofensiva do Executivo.
À época, como revelou a reportagem, Anderson Oliveira, agora fora do comando do Enem, chegou a examinar uma primeira versão da prova de 2021 antes de sua aplicação para estudantes de todo o País.
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