Descrição de chapéu Somos Plurais

Convívio plural desde a infância é essencial no combate ao capacitismo

Inclusão começa na juventude, e a escola é o lugar para naturalizar as diferenças

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São Paulo e Rio de Janeiro

"Mas ela também brinca?" Selma Nalini ouvia esse tipo de pergunta ao levar a filha, Maria Eduarda, a praças e parques. A menina, que morreu em 2020, era portadora de uma síndrome que acomete o desenvolvimento dos movimentos e da fala.

"A Duda perdia uma parte fundamental da infância, o brincar", diz Selma, fundadora do projeto Duda Nalini, que atua para tornar espaços públicos acessíveis às pessoas com deficiência.

Foto mostra a mediadora, Valéria Toloi, gerente do Núcleo de Educação e Relacionamento do Itaú Cultura, em uma cadeira no auditório da Folha. Ela está olhando para uma tela, na qual aparecem os três convidados do seminário, que participam virtualmente: Eduardo Victor, criador de conteúdo digital; Estela Lapponi, performer e videoartista; Selma Nalini, fundadora do Projeto Duda Nalini
Seminário Somos Plurais realizado pela Folha e pelo Itaú Cultural, na última terça (7), com mediação de Valéria Toloi, gerente do Núcleo de Educação e Relacionamento do Itaú Cultural - Keiny Andrade/Folhapress

​Selma foi uma das palestrantes no seminário Somos Plurais, realizado na terça-feira (7) por Folha e Itaú Cultural, que discutiu inclusão na educação, na cultura e na comunicação. O evento foi mediado por Raquel Franzim, diretora de educação do Instituto Alana, e Valéria Toloi, gerente do Núcleo de Educação e Relacionamento do Itaú Cultural.

O produtor de conteúdo Eduardo Victor, 21, contou que era extrovertido quando pequeno, mas as brincadeiras, dentro ou fora da escola, não consideravam crianças com deficiência.

"Eu me escondia para não me expor ao capacitismo. Não ensinam as pessoas a lidar com corpos vistos como diferentes", diz ele, que tem paralisia cerebral.

Victor vê segregação na ideia de criar escolas especiais, incentivada pela lei que está suspensa no STF. "Ao mesmo tempo que a escola pode ser violenta para a criança com deficiência, é um lugar de naturalizar nossa existência e entender as diferenças."

Adriana Godoy, do Autismo Projeto Integrar, também criticou o decreto. "Não há meios de criarmos uma sociedade plural se na infância e na juventude, quando formamos o critério social, não convivermos com a pluralidade."

A mediadora, Valéria Toloi, do Itaú Cultural, frisou: "É importante que a gente se atualize e se interesse, esse é um caminho para um mundo mais plural."

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