Educação 360
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Por Bruno Alfano — Rio

O que você estava fazendo dos 13 aos 20 anos? Alguns brasileiros nessa faixa etária estão tentando mudar o mundo — ou a sua realidade local, o que é tão importante quanto. É o caso de Gabriela Santos Veneno que, aos 17 anos, é responsável pelo projeto Ciclos de Amor para combater a pobreza menstrual. Esse é um exemplo de jovem transformador, aquele que constrói soluções para problemas reais e que será tema da participação da Ashoka, maior rede de empreendedorismo social do mundo, no Festival LED — Luz na Educação, evento que será realizado nos dias 16 e 17 de junho, no Museu de Arte do Rio e no Museu do Amanhã. A programação completa está disponível no site www.redeglobo.globo.com/movimento-led-luz-na-educacao, onde é possível fazer as inscrições. O evento é gratuito.

— O mundo de hoje exige de nós capacidade de acompanhar as mudanças aceleradas, de criar soluções para as graves crises que já estamos enfrentando (ambientais, econômicas, políticas, sociais), de engajar todas as pessoas na busca de relações pacíficas, solidárias e prazerosas para todos — diz Helena Singer, líder da Estratégia de Juventude da Ashoka.

É possível entender o poder mobilizador de um jovem transformador a partir dos feitos de Gabriela. Em dois anos de existência, o projeto já realizou doações de kits higiênicos para casas de acolhimento e escolas, impactando mais de 600 pessoas; arrecadou R$ 30 mil para replicar o projeto em outras regiões do país; e possui 30 pessoas voluntárias em áreas vulnerabilizadas do Rio e de outras cidades.

— Pesquisar e falar sobre menstruação com outras garotas e mulheres mostra como o tema segue sendo tabu de gerações. O assunto de um processo natural do nosso corpo não deveria ser assim. Queremos derrubar os estigmas da menstruação — afirma a adolescente.

No Festival LED, a Ashoka apresenta a nova turma de Jovens Transformadores, que podem se tornar o futuro do empreendedorismo social no Brasil. São jovens de todas as regiões reunidos com o propósito de tornar o mundo um lugar mais justo e sustentável.

— A energia desses jovens é implacável. Em comum, têm a crença de que cada indivíduo pode contribuir para mudar a realidade de sua comunidade, escola e região. E estão à frente de algum projeto ou movimento — diz Singer.

Há quatro meses, jovens brasileiros, como Gabriela, vêm passando por um processo de entrevistas com empreendedores sociais, educadores, comunicadores, gestores públicos e lideranças jovens do Brasil, Indonésia, Nigéria e Estados Unidos. Assim, eles ampliam suas redes de colaboração e compartilham experiências com quem já está promovendo transformações sociais profundas.

A Ashoka, que está presente em 92 países, é articuladora de um movimento por um mundo onde todos se reconheçam como agentes de transformação pelo bem comum. No Brasil desde 1986, teve como um de seus primeiros empreendedores sociais Chico Mendes, em 1988. Ela já reconheceu mais de 4 mil empreendedores sociais no mundo, sendo 390 no Brasil, em diversas áreas de atuação: equidade de raça e gênero, ambiente e clima, saúde, desenvolvimento econômico, educação, longevidade e participação cidadã. Ao ingressar na rede global da Ashoka, esses jovens iniciam uma jornada de três anos de aprendizado sobre suas causas, identidades, territórios e estratégias de colaboração para ampliar seu impacto social.

— É importante incentivá-los a formar equipes, a exercitar a liderança compartilhada, e a avaliar suas potencialidades — afirma Singer.

Proteção a mobilizadores

Outra finalista da seleção para a turma é Luísa Santi, de 19 anos. Estudante de Relações Internacionais na PUC-SP, a moradora de São Bernardo do Campo lidera, com duas amigas alemãs, o Climate Activist Defenders, uma organização voltada a garantir a segurança e o bem-estar de ativistas ambientais sob risco em áreas de confronto, em qualquer região do mundo. A organização já apoiou mais de 100 ativistas em situação de emergência em dez países. A ideia veio quando ela iniciou uma vaquinha virtual para arrecadar dinheiro para um ativista que sofria ameaças do Talibã no Afeganistão.

— Fizemos um vídeo que foi repostado pela ativista Greta Thunberg. Arrecadamos 40 mil libras, mas então percebemos que somente o dinheiro não resolveria a questão de como e para onde ele iria. Com isso tudo, ganhamos muita visibilidade e vários outros pedidos de ajuda — conta Luísa.

A Ashoka fará uma conversa com os empreendedores e estará no debate “Como ensinar de um jeito que jovens amam? Aprendendo com eles!” com o estudante e ambientalista Rhenan Cauê, de Araguatins (TO); e no painel “Por uma educação para todos, todas e todes”, com Beatriz Lacerda, de Belém (PA).

A Ashoka terá ainda um espaço de mobilização dentro do Festival LED, na parte externa do Museu do Amanhã, que servirá como ponto de conexão entre jovens transformadores, empreendedores sociais e colíderes do movimento Um Mundo de Pessoas que Transformam. Na programação, oficinas, mostras de curtas, rodas de conversa e lançamento de livro e audiovisuais.

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