Por g1 Pará — Belém


Comunidades do Marajó são instigadas a participar mais da política. — Foto: Divulgação/IcmBio

No Pará, jovens de diferentes idades têm atuado para provocar mudanças sociais e resolver de forma colaborativa para resolver problemas das comunidades onde vivem. Seis projetos paraenses independentes mostram a importância dos jovens na solução de questões ambientais e sociais.

Conheça os projetos

Coletivo Jovem Tapajônico

Coletivo Jovem Tapajônico durante a campanha Piracaia de Saberes. — Foto: Reprodução / redes sociais

Abrir os livros escolares e não se ver. Estudar e não se encontrar nas aulas de história, geografia ou biologia. Para mudar essa situação, o grupo se propôs a sensibilizar alunos, professores e diretores sobre a importância da adoção de conteúdos sobre a história do território no currículo escolar, criando a campanha 'Piracaia de Saberes'.

A ideia incluiu a criação de uma cartilha levando para a comunidade escolar informações sobre os territórios e a história de luta, resultado de um trabalho prévio de escuta ativa para que esse conteúdo efetivamente refletisse a realidade local.

Coletivo Miri

Ações do Coletivo Miri em Castanhal, no nordeste do Pará.. — Foto: Reprodução / redes sociais

Dois cursos d’água nas proximidades da agrovila Itaqui, território rural de Castanhal, no nordeste do Pará, estão em processo severo de degradação por causa da presença de barragens e construções irregulares, do desmatamento, da drenagem mal feita no ramal de acesso à comunidade e do descarte irregular de lixo.

Para mudar essa situação, os jovens do 'Coletivo Miri' apostaram na mobilização da juventude de Itaqui por meio da arte, cultura e educação, paralelamente à articulação com poder público para gerar um processo de transformação permanente sobre os temas de coleta seletiva e defesa dos rios.

Laboratório da Cidade

Membros do Laboratório da Cidade após ação em Belém. — Foto: Reprodução / redes sociais

Quem caminha pela capital paraense sabe que as calçadas da cidade deixam muito a desejar. Em 2019, antes da pandemia, a organização 'Mobilize Brasil' classificou Belém como a pior do país no quesito de acessibilidade e caminhabilidade nas calçadas, em um estudo que avaliou todas as capitais brasileiras.

Os jovens do 'Laboratório da Cidade' buscaram sensibilizar e mobilizar a população a cobrar a pauta da mobilidade a pé de forma a influenciar atores-chave do poder público para implementar novas políticas públicas e ações práticas que tornem Belém uma cidade mais caminhável, acessível e inclusiva.

A campanha iniciou em 2021, com ações de comunicação pelas redes sociais, reuniões com vereadores e secretários municipais e ações de urbanismo tático, ou seja, intervenção física para gerar melhorias em um determinado ponto da cidade. O escolhido foi o entorno da escolinha comunitária Joana D'arc, em Belém, que atende 96 crianças da primeira infância.

Observatório do Marajó

A maior ilha fluviomarítima do mundo é também objeto de um dos mais polêmicos programas do governo federal, o Abrace o Marajó. Por isso, a equipe do 'Observatório do Marajó' desenvolveu uma campanha que ajudasse a garantir a efetiva participação popular para revisar o programa.

Eles conseguiram com que mais de 200 pessoas pressionassem o Ministério Público Federal (MPF) e realizaram duas audiências públicas com representantes dos três poderes, incluindo órgãos da justiça que, a partir da mobilização da sociedade, enviaram recomendações ao Governo Federal reconhecendo a violação ao direito à participação social na implementação do programa.

Perpetuar

Projeto Perpetuar busca valorizar as histórias locais e tradições, no Pará. — Foto: Divulgação / Hugo Chaves

A educação em Jacunday, no município de Moju, no Pará, não é contextualizada a realidade quilombola. Não há espaços de criação e fortalecimento do pertencimento quilombola. O resultado é que as crianças e jovens saem da escola pouco identificados com a cultura e história do próprio povo.

Por isso, a juventude da comunidade quilombola de Oxalá do Jacunday decidiu mobilizar-se em prol de um projeto de educação para quilombolas com quilombolas.

Tamuatás

Tamuatás trazem no carimbó cobranças ao poder público. — Foto: Pierre Azevedo

Os moradores da comunidade do Lago Verde, no bairro da Terra Firme, na periferia de Belém, enfrentam constantes alagamentos provocados pelas chuvas e defasagem no saneamento básico. Para tentar resolver o problema, a moçada do Tamuatás do Tucunduba iniciou um trabalho cultural com os moradores locais.

A campanha da iniciativa teve três etapas: o lançamento virtual, no qual foi apresentado o problema da água potável e o chamamento ao engajamento; o lançamento presencial, com apresentação de carimbó; e a oficial de elaboração de documentos para órgãos públicos, pela qual os moradores aprenderam a oficializar seus pedidos de forma escrita.

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