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Como o Instagram é usado no estudo para o Enem

Com material visual e objetivo, contas #studygram reúnem milhares de seguidores em busca de matérias resumidas
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Perfis no Instagram, como o @by.van_lima de Vanessa Lima, têm sido nos estudos por candidatos ao Enem e vestibulares Foto: Reprodução
Perfis no Instagram, como o @by.van_lima de Vanessa Lima, têm sido nos estudos por candidatos ao Enem e vestibulares Foto: Reprodução

Um estudante pega o celular, abre o Instagram e, em vez de rolar o feed, começa a estudar. A cena pode parecer inusitada, mas já é realidade para milhares de alunos da chamada geração studygrammer. Por meio de hashtags e perfis on-line, o termo #studygram reúne um universo de figuras, gráficos e textos que resumem matérias da escola em esquemas bem visuais. Meticulosamente decorados, esses resumos apostam em canetas coloridas, fontes desenhadas  e adesivos para atrair alunos na rede social de fotos.

Criadora da conta @estudaquepassa.medicina, com cerca de 115 mil seguidores, a estudante Nattascha Dumke tem um dos studygrams mais conhecidos do Brasil. Voltado para as Biológicas, o perfil da jovem é repleto de comentários, que sugerem novos tópicos e agradecem pelo conteúdo. Atualmente na faculdade, ela descreve como compartilhar o material que foi positivo para os próprios estudos.

— No início, eu sentia dificuldade em criar resumos. Quando melhorei o método, resolvi compartilhar com alunos que passavam pelo mesmo. Um resumo bem feito pode incentivar o hábito de estudar em outros estudantes — conta Nattascha.

Essa empolgação com resumos bem elaborados pode, inclusive, estimular os estudantes a fazerem suas próprias versões do material, de acordo com ela.

— Selecionando, gravamos melhor o conteúdo e fica mais prático na hora de revisar. É interessante se inspirar em resumos para depois criar os próprios. As pessoas encontram algo no meu perfil, juntam com as informações delas e criam formatos novos. Vale ressaltar que um bom resumo não é o que tem o melhor desenho, mas aquele que melhor seleciona a matéria — argumenta.

Criadora da conta @estudaquepassa.medicina, Nattascha Dumke tem 115 mil seguidores no Instagram Foto: Arquivo pessoal
Criadora da conta @estudaquepassa.medicina, Nattascha Dumke tem 115 mil seguidores no Instagram Foto: Arquivo pessoal

No primeiro ano do Ensino Médio, a estudante Leticia Kazuma, de 14 anos, descobriu o studygram como uma forma de preparar resumos para o futuro, quando, segundo ela, vai precisar fazer revisões para o vestibular. Com o objetivo de deixar o caminho até lá mais divertido, a jovem passou a compartilhar o trabalho na conta @leticiatlkstudies, que já tem cerca de 700 seguidores.

— Comecei a compartilhar para incentivar outros estudantes, mas agora é uma forma de motivação mútua, já que o studygram se tornou uma “comunidade do bem”. Dividimos dicas de estudo e passamos por essas experiências juntos — explica Leticia.

Apesar de aprovar essa maneira visual de aprender, a estudante insiste que o formato não é para todos. Para ela, cada candidato deve testar várias técnicas de estudo até encontrar a forma mais indicada.

— Cada pessoa absorve de um jeito, seja escrevendo várias vezes, usando cores diferentes ou ouvindo o conteúdo. Ler muito não era eficaz para mim. Descobri que aprendo visualmente. Muitos se sentem incapazes, mas, na verdade, só não encontraram a melhor forma — pontua.

Em busca da técnica de estudos ideal para a filha de 15 anos, a administradora Vanessa Lima se rendeu à comunidade studygrammer. Após uma cirurgia no quadril, que exigia um longo repouso, ela resolveu criar o canal no YouTube “Estudando e Fazendo Arte”, em que tentava deixar os estudos mais interessantes para pessoas no Ensino Médio. Junto do projeto, surgiu o perfil @by.van_lima no Instagram, com cerca de 700 seguidores.

— Eles costumam solicitar os temas de interesse. Depois disso, faço uma pesquisa prévia e desenvolvo o conteúdo de forma didática. Quando a dúvida de alguém persiste, compartilho o método usado no resumo — observa Vanessa.

Apesar da satisfação com o projeto e o retorno positivo dos seguidores, a studygrammer comenta sobre a responsabilidade de produzir conteúdo educacional na internet.

— Sempre enfatizo que não tenho formação de professor, deixando claro que o material produzido surge de um entendimento particular. Além disso, deixo as fontes de pesquisa transcritas no material — conclui Vanessa.