Conheça 7 dicas de como conversar com os filhos sobre ameaças a escolas

Especialistas de grupo da Unicamp que estuda conflitos em ambiente de ensino listam estratégias para evitar pânico sobre ataques

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São Paulo

Como os pais devem lidar com as crianças e os adolescentes nestes dias em que paira o medo da violência nas escolas?

Nesta quinta (20), em meio a uma onda de boatos e disseminação de conteúdos falsos sobre supostos ataques, colégios e redes de ensino tentam tranquilizar os pais e mantêm as atividades, enquanto outros optaram por adiar provas ou promover rodas de conversas para acalmar os ânimos.

Mulher e criança observam homenagem a vítimas de ataque a creche em Blumenau (SC) - Bruno Santos - 6.abr.2023/Folhapress

A pedido da Folha, Elvira Pimentel e Cleo Garcia, pesquisadoras do Gepem (Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Moral), da Unicamp, que estuda os conflitos nas escolas, elaboraram sugestões.

Veja a seguir.

Medo é natural

É preciso reconhecer que somos humanos, é natural sentirmos medo e insegurança. A partir desse olhar para nós mesmos, devemos buscar formas de lidar com o nosso medo para poder acolher o medo da criança e do adolescente. Se for preciso, busque apoio de outros membros da família, de amigos, da própria escola e de profissionais da saúde mental.

Está muito abalado? Avalie se, nesse momento, não é melhor uma outra pessoa da família conversar com suas crianças para tirar as dúvidas.

Busque informações

Antes de conversar com os filhos, busque se informar sobre o assunto em fontes confiáveis, como reportagens e programas que entrevistam e trazem informações de especialistas nessa área.

Respeite os limites da criança

Não compartilhe angústia ou informações além do que a criança consegue assimilar. Ela precisa se sentir segura e protegida e passar a ela informações demais sobre ataques vai gerar medo e ansiedade.

E como abordar? O assunto deve ser tratado na mesma proporção da demanda que a criança traz, se ela viu em algum lugar, se coleguinhas comentaram, por exemplo

  • Crianças menores: responder às perguntas que a criança fizer, respeitando a idade, com palavras fáceis de entendimento, validando o sentimento que eles trazem
  • Adolescentes: considerando a idade e o desenvolvimento da linguagem e do pensamento, a ideia pode ser trazida num momento de conversa da família, tanto pelo próprio jovem como por algum familiar

Construa relação de segurança com a escola

Reforce a ideia de segurança na escola e nas interações que a criança têm no dia a dia que os fazem se sentir seguros. Mantenha a escola informada se a criança estiver com medo ou ansiedade, para que ela possam ser acolhida lá também

Converse sobre redes, jogos e discurso de ódio

Com adolescentes, busque orientar para a dimensão desse problema e principalmente para os pontos de atenção com relação às comunidades, grupos, chats de subcultura extremista e veiculação de discurso de ódio

Mas cuidado com a 'palestrinha'. Promova, em vez disso, diálogo, escuta e descobertas. A ideia não é confrontar e passar sermão, mas trazer a conversa com calma, com confiança para que a criança ou adolescente se interesse e não se afaste.

Não esconda

Não faça de conta que isso não existe, na linha "é melhor que ele nem saiba"; ele saberá, sim, por outras fontes que podem nem ser tão confiáveis e que podem levá-lo ao pânico ou à curiosidade que pode colocá-lo em risco.

Oriente a buscar ajuda

Ensine a não desprezar informações que sejam veiculada por colegas –tanto de ameaça contra a própria vida quanto ao bem-estar do grupo –para que ele entenda que pode sempre buscar ajuda dos adultos– seja na família ou na escola.

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