Por Jornal Nacional


Orçamento prevê corte de verbas para o Censo Demográfico

Orçamento prevê corte de verbas para o Censo Demográfico

A proposta de Orçamento do governo para 2021 prevê o corte de recursos do censo democráfico. O IBGE teme que isso torne a pesquisa inviável.

É lei: o Censo Demográfico deve ser realizado pelo IBGE a cada dez anos. São coletados dados sobre renda, educação, acesso a serviços, perfil das famílias. Informações socioeconômicas e demográficas que são usadas para definir políticas públicas. O último censo foi realizado em 2010.

Mas o previsto para o de 2020 foi adiado por causa da pandemia, e se tivesse sido realizado, já seria com um orçamento bem menor do que os R$ 3,4 bilhões pedidos pelo IBGE. Depois da pressão do governo federal, o instituto teve que enxugar a pesquisa e o custo passou para R$ 2,3 bilhões.

Com o censo adiado, o governo cogitou destinar os recursos para outros ministérios, como o da Defesa, mas depois mudou de ideia e usou o dinheiro no combate ao coronavírus. A pesquisa foi, então, remarcada para este ano, de agosto a outubro.

E novamente o trabalho pode não acontecer. O orçamento previsto pelo governo para a realização do censo neste ano era de R$ 2 bilhões, mas em seu parecer final, que ainda será votado na Comissão Mista de Orçamento, o relator, senador Márcio Bittar do MDB, cortou R$ 1,76 bilhão, e o que sobra não é suficiente para bancar a pesquisa.

Em nota, o IBGE confirmou que o corte inviabilizaria a operação, e que espera que esse cenário seja revertido. Em entrevista à GloboNews, o economista e ex-presidente do IBGE Sérgio Besserman disse que o impacto sobre as políticas públicas é gigantesco e que, para além de mostrar o número de brasileiros, o censo aponta o que os brasileiros precisam.

“Políticas de emprego, onde devem haver escolas, onde estão faltando hospitais. A repartição de grande parte do dinheiro que é encaminhado aos municípios depende da população. Então você pode estar dando dinheiro para município que diminuiu e faltando em outros municípios onde aumentou. É uma perda completa de eficiência da política pública e significa perder muito mais dinheiro do que aquilo que será economizado com essa decisão absurda”, afirmou.

O senador Márcio Bittar não respondeu às tentativas de contato do Jornal Nacional. Depois de passar pela Comissão Mista, o orçamento precisa ser aprovado pelo plenário do Congresso.

Deseja receber as notícias mais importantes em tempo real? Ative as notificações do G1!
Mais do G1