Por g1 Tocantins e TV Anhanguera


Luíza Cordeiro Menegon chorou com saudade da escola — Foto: TV Anhanguera/Reprodução

A greve na Educação em Peixe, município no sul do estado, já dura quase 30 dias. A situação afeta o aprendizado das crianças e, principalmente, as relações que elas fazem dentro da escola. Isso têm gerado preocupação para os pais e tristeza para as crianças.

Com apenas 8 anos, a pequena Luíza recebe os ensinamentos da mãe e da avó, ambas professoras. Mas não é a mesma coisa de aprender dentro da sala de aula e a menina chora por estar afastada da escola. “Sinto falta dos coleguinhas e da professora”, disse a menina, aos prantos.

Greve dos professores em Peixe completa um mês

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A mãe, Janaína Cordeiro, tenta passar o conteúdo para a menina, para que a aprendizagem não seja prejudicada. “Temos o privilégio de ter minha mãe, que é professora aposentada, onde tem acompanhado meus filhos. É um privilégio de poucos aqui na cidade de Peixe”, comentou.

Os professores pedem que seja incorporado nos salários o reajuste concedido pelo governo federal através das portarias 067/2022 e 017/2023. Entretanto, o município alega que não tem recursos para o acréscimo.

Escolas estão vazias há quase 30 dias — Foto: TV Anhanguera/Reprodução

A auxiliar administrativo Raisla Calixto não tem a mesma facilidade. Com a greve, não consegue levar o filho Heitor para a creche e o menino vai com ela para o trabalho. “Faz muita falta em questão de aprendizado também porque a gente ficou mais de dois anos parado devido à pandemia”, lamentou a mãe.

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Uma decisão liminar da Justiça Federal no Tocantins em favor da Associação Tocantinense dos Municípios (ATM) suspendeu os efeitos das portarias do Ministério da Educação que reajustava o valor do piso nacional do magistério de 2022 e de 2023. Ao todo, 70 municípios foram afetados pelos efeitos dessa liminar, incluindo Peixe.

Na cidade, os professores seguem de braços cruzados já que a prefeitura ainda não sinalizou que teria o reajuste nos salários.

“Estamos reivindicando o reajuste do piso na nossa carreira, pois desde 2015 estes reajustes estão sendo aplicados”, disse Gabriela Zanina - presidente regional do Sindicato dos Trabalhadores em Educação no Estado do Tocantins (Sintet).

De acordo com a categoria, eles não concordam com o pagamento do piso apenas em forma de complementação. “Essa liminar é transitória. Então ela não é definitiva e enquanto nós estamos lutando pela nossa causa resolvemos permanecer em greve”, afirmou a professora Neurimar Gonçalves de Barros.

Com a liminar deferida e assinada pelo juiz federal Eduardo de Melo Gama da 1ª Vara Federal Cível, na sexta-feira (17), a prefeitura pediu o retorno imediato dos professores. A gestão alega que não tem condições financeiras para atender as reivindicações.

“Tem súmula do Tribunal de Contas do Estado orientando os municípios que a gente não tem a obrigação de conceder a portaria no percentual que se tem, e sim complementar”. Disse o prefeito Cezinha (MDB).

O serralheiro Joanes Torres, morador da cidade, também reclama da falta de aulas para as crianças, e segundo o morador, isso vai ter efeito no futuro. “Sendo prejudicado na base, lá na frente no ensino médio, não aprendeu o que devia aprender”, afirmou.

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