Depois de dois anos de isolamento, estudantes que iriam fazer o Enem hoje e pegaram Covid estão desolados. Alguns nem sabe se pedirão a reaplicação da prova e outros têm dúvidas sobre como fazer o pedido de um novo exame junto ao Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Pela página, o alunos com doenças infecciosas, entre elas a Covid, podem solicitar o direito a uma nova data para fazer o concurso. Moradora do Rio de Janeiro, Carol Farinha, de 23 anos, que sonha cursar biologia. É a segunda vez que ela vive a ansiedade de tentar uma vaga no curso e, na última terça-feira, começou a ter sintomas de coronavírus. Com dores no corpo, Carol está arrasada.
— Eu estou pensando nisso (pedido de reaplicação da prova). Na real fiquei muito desanimada com tudo isso — disse a jovem, acrescentando que teme ter que voltar ao isolamento com um possível recrudescimento dos casos de Covid-19. — Eu me preparei o ano todo e menos de uma semana para o Enem peguei Covid e não farei a prova pois não estou bem e não quero correr o risco de contaminar ninguém. É uma tristeza porque eu deixei de fazer a prova em 2020 para ficar em isolamento com medo da Covid, fiz no ano passado tomando todos os cuidados, com máscara e álcool gele não ficando perto de ninguém. Este ano eu tinha esperança de fazer a prova e passar.
Carol conta que atualmente faz biologia por educação a distância numa universidade particular, mas que não se adaptou ao modelo de ensino e a família não pode arcar com os custos da mensalidade de aulas presenciais na rede privada. A estudante conta que já pagou com dificuldade a taxa de inscrição e que a mãe, que é cardiopata, e o pai também estão infectados.
Moradora de João Pessoa, na Paraíba, Marcella Gonçalves, de 22 anos, já pensa em como fará o pedido de reaplicação da prova porque fez teste de farmácia que deu positivo para a doença. Ela terá que fazer uma consulta médica para obter um atestado que deverá ser apresentado ao Inep em cinco dias. Ela se preparava para fazer provas para o curso de terapia ocupacional. Desconfiada dos sintomas gripais, Marcella fez o teste ontem:
— Preciso ir ao médico para ter um documento legível! Só o teste não é suficiente — diz ela, que ainda está de repouso e bastante abatida que, no Twitter, deu o tom da frustração, com o post "parabéns pra mim que chega no dia do Enem e não vou porque estou com Covid. Azar do ano".
Moradora de São Paulo, L., de 21 anos, acredita que pegou Covid nas viagens de ônibus para o trabalho. Embora tenha voltado a usar máscara, ela conta que, às vezes, era a única a usar o item de proteção entre os passageiros.
— Senti os sintomas na sexta-feira (11 de novembro), fui ao pronto-socorro , fiz o teste e deu positivo. Meu pai também pegou — conta a estudante que tentaria o curso de Design Gráfico e prefere não se identificar. — Mas vou pedir a reaplicação, tenho atestado.