Claudia Costin

Diretora do Centro de Políticas Educacionais, da FGV, e ex-diretora de educação do Banco Mundial.

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Inovação, tecnologia e equidade

Ensino remoto é estratégia de mitigação de danos, mas pode nos socorrer temporariamente

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Na semana passada, tivemos, novamente em modo presencial, a maior feira de educação do Brasil, a Bett Educar.

Empresas, ONGs e órgãos governamentais exibiram nos estandes soluções para problemas de aprendizagem, na forma de livros com novas metodologias, plataformas digitais e divulgação de cursos para formar os professores da educação básica.

Organizaram palestras e painéis em que se discutiu, depois de tanto tempo de fechamento de escolas e de oferta de ensino remoto, o futuro da educação, num clima de reencontros e algum otimismo, apesar dos enormes desafios presentes.

Estande na feira Bett Educar, que aconteceu entre 10 e 13 de maio, em São Paulo - Leandro Chemalle/TheNews2/Folhapress

A tônica foi a tecnologia e seus usos em ambiente escolar e em casa. Afinal, constatamos, nestes dois anos, o quanto conectividade e equipamentos apropriados são relevantes para apoiar a prática pedagógica dos professores e permitir alguma personalização da aprendizagem.

Isso porém não retira um dos principais papéis da escola, que é desenvolver nos jovens as habilidades necessárias para trabalhar em time, interagir bem com seus pares e resolver problemas colaborativamente. Não por acaso, boa parte dos painéis abordou as chamadas competências socioemocionais, e soluções educacionais para se trabalhar persistência, abertura ao novo ou resiliência, entre outros, apareceram com destaque nos estandes de editoras de livros didáticos.

Mas também chamou-me atenção, nesta semana, uma iniciativa que algumas redes de escolas, como a municipal do Rio de Janeiro, vêm adotando, em parceria com a Cruz Vermelha, para situações de violência no entorno, preparando professores e alunos para uma conduta segura, ao mesmo tempo em que constroem soluções para a continuidade da aprendizagem.

Com escolas fechadas por alguns dias, o ensino remoto desenvolvido durante o isolamento social pôde ser retomado. Mas agora, com os professores já mais adaptados a um processo híbrido de ensino e com os necessários equipamentos nas mãos dos alunos, é possível retomar a aprendizagem remota, incorporando lições do período anterior.

Evidentemente, o ensino remoto é apenas uma estratégia de mitigação de danos, mas, mesmo assim, pode nos socorrer temporariamente, quando conflitos entre facções, emergências climáticas ou outras intercorrências obrigam escolas a não funcionar por certo tempo.

Afinal, a tecnologia, sempre que acompanhada de uma formação sólida dos professores, pode certamente trazer inovações ao processo de ensino que transcendam a mera compensação de perdas e construam uma educação que combine excelência com equidade, desde que seu acesso seja para todos.

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