Claudia Costin

Diretora do Centro de Políticas Educacionais, da FGV, e ex-diretora de educação do Banco Mundial.

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Educação Integral para todos

O importante, agora, é usar bem esse tempo adicional

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Com a volta às aulas presenciais na rede pública já iniciada em alguns estados e anunciada para agosto em boa parte dos demais, surge uma questão importante: voltaremos para a mesma escola, com seus velhos desafios de aprendizagem insuficiente e de geração de desigualdades educacionais?

Crises, como já escrevi em outros textos da coluna, são boas oportunidades para nos obrigar a sair da zona de conforto, repensar o que fazemos e inovar. Nesse sentido, vale a pena olhar para algumas boas práticas que já construímos no Brasil e nos inspirar pelo que fazem países com bons sistemas educacionais.

Uma delas é certamente a ampliação da jornada escolar, com mais tempo para um ensino significativo, em que os professores possam de fato ouvir seus alunos e ensiná-los a pensar e a resolver problemas da realidade, não apenas a memorizar conteúdos passados às pressas por seus mestres, que acabam gastando um tempo precioso se deslocando entre escolas, dada sua reduzida carga horária em cada uma.

Contar com uma escola em tempo integral e uma equipe de professores com dedicação exclusiva são características de muitos sistemas educacionais de qualidade no mundo. Ora, isso não passou despercebido em alguns estados do Brasil. Boa parte do sucesso educacional de Pernambuco está associado a uma grande rede de escolas de ensino médio em tempo integral. De Pernambuco, a tendência foi se ampliando para Ceará, Paraíba, São Paulo, Espírito Santo, Maranhão e Goiás, entre outros estados, com um impacto importante no Ideb, índice que mede o desempenho escolar. Não é à toa que o Ideb de ensino médio integral em 2019 foi de 4,7, enquanto a média do país para essa etapa se manteve em 3,9.

A Paraíba se destaca, nesse contexto, como o estado que tem mais escolas integrais em sua rede. São Paulo também, ao anunciar na semana passada que 773 novas escolas estaduais entram, em 2022, no programa de ensino em tempo integral e ao ampliar a jornada escolar em uma hora-aula nas demais, com apoio de tecnologia.

Mas foi o Espírito Santo que levou a ideia a outro patamar: olhando para a trajetória do estado em educação como uma política de Estado, ampliou muito o número de escolas integrais que encontrou, focando em áreas de vulnerabilidade, e anunciou, nesta quarta-feira (21), que vai apoiar seus municípios, com recursos e assistência técnica, na implantação de escolas em tempo integral no ensino fundamental.

O importante, agora, é usar bem esse tempo adicional, com professores motivados e preparados para o desafio de garantir aprendizado de qualidade para todos, sem perder nenhum aluno.

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