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Cinco mitos que podem derrubar sua nota no Enem

Achar que o exame exige mais interpretação do que conhecimento está entre os equívocos
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O Enem está sob holofotes como nenhuma outra avaliação no Brasil. Mesmo com toda essa atenção, ainda circulam alguns mitos sobre o conteúdo e formato do exame. O problema é que muita gente acaba levando eles a sério, o que pode acabar resultando perda de pontos.

Nesse sentido, vale a pena saber quais são os principais mitos para evitar cair nessas armadilhas. Veja abaixo quais são os principais.

Quem se deixa levar pelas informações imprecisas acaba se dando mal no Enem Foto: iStock
Quem se deixa levar pelas informações imprecisas acaba se dando mal no Enem Foto: iStock

1. Não é preciso estudar muito para o Enem -
As peculiaridades do Enem deram origem a mal-entendidos que persistem desde 2009, quando a prova assumiu o formato atual. A partir do estilo mais interpretativo do exame, por exemplo, surgiu a falsa ideia de que a seleção não exige preparação.

Para Renato Pellizzari, coordenador de vestibular do Colégio QI, a maior ilusão sobre a prova é considerar os estudos desnecessários - um mito que o educador atribui justamente ao formato mais livre do Enem.

— Existe a história de que este é um exame em que alunos despreparados podem se destacar e entrar na universidade. Na verdade, o modelo consegue avaliar o candidato de forma completa. Antes, habilidades fundamentais eram esquecidas, enquanto a simples decoreba era valorizada — ressalta Renato.

2. A redação não é importante para quem vai fazer Exatas -
É comum ver candidatos a cursos de Exatas dedicando pouco tempo à redação do Enem. Em programas como Sisu e Prouni, de fato, as médias finais são alteradas de acordo com a opção de curso. Entretanto, para o diretor-fundador do cursinho on-line KUADRO, Bruno Werneck, a prova de redação e línguas não deve ser subestimada, seja qual for a graduação desejada.

— A redação merece muita atenção, afinal, representa 20% da nota total. Na prática, quase 60% da nota no Enem depende de Matemática e Línguas (Português, Inglês ou Espanhol e produção textual). A própria redação envolve grande capacidade de interpretação, algo que se desenvolve com leitura — explica Bruno.

3. Matemática no Enem é só Lógica e Regra de Três -
A Matemática, motivo de dor de cabeça para boa parte dos alunos, é uma das áreas mais valiosas para a média final no Enem. Entre os mitos sobre como a disciplina é cobrada no exame, um bastante repetido é que conhecer bem os conceitos de Lógica e Regra de Três é o grande segredo para a prova.

Apesar disso, para Ricardo Breda de Paula, professor e fundador do Diferencial Preparatório ENEM, os dois temas correspondem a cerca de 10% do exame. Ao contrário, o educador garante que dominar os conteúdos de Matemática apresentados na escola é parte importante do sucesso na área de conhecimento.

— Há a realidade do Enem e a do colégio. O conteúdo é o mesmo, mas a roupagem é diferente. Existe uma quantidade razoável de Lógica e Regra de Três. No entanto, é necessário entender que quase todo o conteúdo da escola está ali na prova. A diferença está na linguagem usada — assegura o educador.

4. É preciso responder só as questões mais difíceis -
Talvez o campeão entre os mitos sobre o Enem, o plano de responder somente as questões complicadas é de alto risco. Para Bruno Werneck, do KUADRO, o engano existe a partir de uma interpretação errada do sistema de correção da prova, a Teoria de Resposta ao Item (TRI) .

— O Enem não define a nota só pela quantidade de acertos. Se o candidato erra muitas questões fáceis e acerta difíceis, o sistema entende que foi por sorte. Isso deve render uma nota baixa. Para se destacar, o aluno precisa acertar as questões que a maioria acerta e ter bom aproveitamento nas mais difíceis — esclarece o professor.

5. Estudar só o conteúdo da escola é suficiente -
Alunos exemplares no Ensino Médio não têm, necessariamente, alto rendimento no Enem. Uma dos motivos é a prova não se limitar ao material estudado nas escolas, segundo Ricardo Breda, do Diferencial Preparatório ENEM. Para o educador, o exame causa estranheza por pedir reflexões sobre assuntos nem sempre vistos em sala de aula.

— Em Linguagens, por exemplo, já houve questão sobre esporte, dança, cultura folclórica e música popular. A prova pede uma articulação nova. O segredo é não estranhar e começar a incorporar a arte, o folclore e outras expressões na preparação — observa Ricardo.

O Enem não acabou com a necessidade de estudar as matérias, mas passou a tratá-las de outra maneira Foto: Fotolia
O Enem não acabou com a necessidade de estudar as matérias, mas passou a tratá-las de outra maneira Foto: Fotolia

De onde vêm os mitos?

Para Renato Pellizzari, do Colégio QI, as percepções sobre o Enem tendem a se diversificar em um país tão grande quanto o Brasil. Segundo o educador, os mitos são um sintoma da falta de intimidade do público com o formato pouco tradicional.

— Houve uma ruptura com os exames clássicos. O novo modelo busca avaliar as habilidades desenvolvidas pelo cidadão em seu processo de formação. O Enem não acabou com a necessidade de estudar as matérias, mas achou um novo lugar para elas — completa Renato.

Para filtrar a verdade entre tantos boatos, Bruno Werneck sugere que os candidatos verifiquem as informações antes de compartilhá-las com colegas de classe.

— Merecem confiança as notícias que vêm do MEC, veículos de boa reputação, jornalistas habituados ao tema ou professores qualificados. Se a mesma informação vem de várias fontes importantes e encontra respaldo no MEC, ela provavelmente é confiável — conclui Bruno.