RIO — O problema do ensino médio brasileiro ficou evidente nos dados divulgados pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), nesta quarta-feira. O estudo feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que 30,7% dos jovens brasileiros de 15 a 17 anos estão atrasados ou fora da escola . O número evoluiu em relação a 2017 quando 31,5% dos jovens nessa faixa etária estavam nessa situação.
O Plano Nacional de Educação (PNE) estabeleceu como uma de suas metas que o Brasil tenha 85% dos jovens de 15 a 17 anos matriculados no ensino médio em 2024, atualmente, o índice é de 69,3%.
MAIS SOBRE EDUCAÇÃO: Brasil ainda tem 11,3 milhões de analfabetos
Mas, embora o problema se manifeste com maior gravidade no ensino médio, é possível perceber que ele começa a se acentuar a partir dos anos finais do ensino fundamental. A Pnad Contínua mostra que nessa etapa a taxa de jovens de 11 a 14 anos atrasados ou fora da escola é de 13,3%. No caso do fundamental, como a cobertura educacional chega a 99,3% dos brasileiros de 6 a 14 anos, boa parte do índice diz respeito ao atraso escolar.
RUTH DE AQUINO: O choro de um adulto que escreveu seu nome
— Aluno atrasado tem uma probabilidade maior de continuar atrasado ou acabar saindo do sistema de ensino. Acabamos colocando peso maior sobre o ensino médio, falando sobre a questão de torná-lo atrativo e a disputa no mercado de trabalho, mas se o estudante já chega do funtamental atrasado, a chance de ele sair do sistema se está desanimado com o estudo é muito maior — explicou Marina Aguas, responsável pelo suplemento de Educação da Pnad Contínua.
Veja ranking internacional das melhores universidades brasileiras
No anos iniciais do fundamental, apenas 3,9% das crianças de 6 a 10 anos estão atrasadas ou fora da escola.
A Educação de Jovens e Adultos (EJA), que é uma opção para os estudantes atrasados na escolarização, tem atualmente 831 mil alunos cursando o ensino fundamental e 833 mil estudantes no ensino médio.