Por Iryá Rodrigues, G1 AC — Rio Branco


Censo Escolar 2020 aponta queda de mais de 3,4 mil matrículas em escolas públicas do Acre — Foto: Reprodução/Rede Amazônica Acre

As escolas públicas do Acre perderam mais de 3,4 mil matrículas entre 2019 e 2020, de acordo com os dados finais do Censo Escolar da Educação Básica 2020, divulgados em 31 de dezembro de 2020 no Diário Oficial da União (DOU) pelo Ministério da Educação.

Os dados refletem a situação anterior à pandemia, e têm 11 de março como data de referência.

Em 2020 houve 232.476 matrículas no ensino regular da educação básica pública, que vai da creche ao ensino médio, incluindo a educação de jovens e adultos, tanto em tempo integral como parcial. Em 2019, o Censo Escolar apontou 235.936 matrículas. A diferença é de 3.460 (1,5%).

As principais quedas e aumentos percentuais na educação básica pública, de acordo com o Censo Escolar 2020, são:

  • queda de 10,4% nas matrículas do ensino fundamental integral dos anos finais (6º ao 9º ano)
  • queda de 47,6% em matrículas no ensino fundamental integral dos anos iniciais (1º ao 5º ano)
  • aumento de 5,25% nas matrículas no ensino médio integral
  • queda de 16,67% nas matrículas da educação de jovens e adultos (EJA) do ensino fundamental

No ensino médio, de responsabilidade da rede estadual, houve aumento nas matrículas nas escolas rurais. Segundo os dados do Censo, as matrículas aumentaram 13% no ensino em tempo parcial nas instituições da zona rural. Já as escolas urbanas tiveram 238 matrículas a menos que em 2019.

Quase 3,2 mil matrículas a menos na capital

As matrículas na capital acreana também caíram entre 2019 e 2020. Segundo os dados do Censo, foram 3.199 a menos no ensino regular da educação básica pública em Rio Branco.

Somadas, as matrículas na educação infantil, ensino fundamental, médio e EJA, tanto no período integral como parcial, chegaram a 85.180 em 2020, enquanto que em 2019, foram 88.379 matrículas.

Aumento na educação especial

Os dados do Censo trazem ainda as matrículas da educação especial nas escolas rurais e urbanas tanto da rede estadual quanto municipal de ensino. Diferente do ensino regular, houve um aumento de 849 matrículas nesse seguimento, entre 2019 e 2020.

Em 2020 houve 11.518 matrículas na educação especial na rede pública, que também vai da creche ao ensino médio, incluindo a educação de jovens e adultos. Já em 2019, o Censo Escolar apontou 10.669 matrículas.

As principais diferenças estão nas matrículas do ensino médio parcial, com um aumento de 22%, e do ensino fundamental parcial dos anos finais (6º ao 9º ano), que também teve aumento de 15,4%.

Dados nacionais

Em todo país, as escolas públicas também registraram perda nas matrículas entre 2019 e 2020. De acordo com os dados, foram quase 650 mil matrículas a menos no período analisado.

Em 2020 houve 35.961.237 matrículas na educação básica pública. Já em 2019, eram 36.611.223 matrículas, o que representa uma diferença de 649.986.

Os anos finais do ensino fundamental e o ensino médio são considerados as etapas mais problemáticas nas avaliações de ensino e aprendizagem. Em 2019, pela quarta vez consecutiva, o Brasil não atingiu o mínimo proposto para este nível de ensino, segundo dados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).

Uma das estratégias para combater o déficit de aprendizagem é expandir o ensino para o período integral, uma das metas do Plano Nacional de Educação (PNE). A ideia é ter 50% das escolas públicas oferecendo aulas em tempo integral até 2024, para atender 25% dos estudantes da educação básica. Na análise da Campanha Nacional pela Educação, esta meta "apresenta uma das situações mais graves em relação ao seu cumprimento", devido à queda dos índices.

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