Por G1 AM


O caso do estudante de 14 anos que atirou nos colegas dentro de uma escola particular em Goiânia, chamou a atenção para casos de bullying que ocorrem dentro das escolas em todo o país. Em Manaus, segundo a Secretaria Municipal de Educação (Semed), até o mês de outubro de 2017, foram registrados 28 casos de bullying nas escolas da rede de ensino municipal da zona urbana e rural da cidade. No ano de 2016, foram registrados 19 casos caracterizados como bullying.

O número, de acordo com a coordenadora das ações de prevenção e enfrentamento às violências e promoção da cultura de paz da Semed, Eliana Hayden, é considerado controlável, já que durante todo o ano letivo são feitas ações que combatem e previnem o bullying.

"São casos controlados, porque nós temos mais de 230 mil alunos. Quando a gente tem um dado desse, não é um dado alarmante, pode ser controlado. A escola tem muito compromisso com essa questão da violação dos direitos humanos da criança e do adolescente em todas as áreas, seja praticada em casa, na rua, na escola", explicou.

Ainda de acordo com Hayden, existe uma legislação municipal que intensifica as ações de combate a esses casos.

“Nós temos uma lei municipal de prevenção ao bullying escolar. Nós já tínhamos ações de combate e prevenção ao bullying nas escolas, só que a partir dessa publicação, se intensificaram as ações e continuamente, as escolas realizam ações com os professores e alunos. Só o que caracteriza o bullying são atividades repetitivas, apelidos, violência repetida. A escola combate isso por meio de oficina, teatro, durante o ano todo”, contou.

Pela Lei Municipal, bullying é definido como todo ato de violência física ou psicológica, intencional e recorrente, praticado por indivíduo ou grupo contra uma ou mais pessoas no ambiente escolar, com o intuito de intimidá-la, agredi-la ou discriminá-la, caracterizando um processo de vitimização em uma relação assimétrica de poder entre as partes.

De acordo com a coordenadora, tanto a vítima quanto o aluno que pratica o bullying são atendidos pela escola.

“Algumas identificações de bullying nas escolas, aquelas que não são muito graves, por exemplos, só apelidos, a escola resolve de forma pedagógica, ela trabalha com a vítima e com o vitimizador e com as famílias. Agora quando tem situações mais relevantes, fazemos encaminhamento para atendimento psicossocial no Centro Municipal de Atendimento Sociopsicopedagógico (Cemasp) ou então a gente sugere que esses casos sejam encaminhados para uma unidade de saúde”, explicou.

A Semed informou que “trabalha ainda de acordo com a lei municipal nº 1426, de 26 de março de 2010, que instituiu o Dia da Paz e da Solidariedade nas Escolas Municipais de Manaus, em que ações de orientações são realizadas no primeiro dia letivo do ano e lei Municipal nº 1533, de 1º de Novembro de 2010, que criou o Dia Municipal de Prevenção e Combate ao Bullying, no dia 1º de Março”, informou o comunicado.

A Secretaria de Estado de Educação (Seduc) informou, em nota, que “não tem registros estatísticos de casos de bullying nas escolas da rede pública estadual”.

Segundo a pasta, a Secretaria promove ações preventivas contra o bullying constantemente nas unidades de ensino. “Tal situação acontece porque a Seduc mantém ações preventivas constantes nas escolas. Técnicos da secretaria, em parceria com Semsa [Secretaria Municipal de Saúde], Susam [Secretaria de Estado de Saúde], TJAM [Tribunal de Justiça do Amazonas] e SEAS [Secretaria de Estado de Assistência Social], realizam palestras constantes sobre o mal que o bullying causa”, informou em nota.

Morte de alunos

Um estudante de 14 anos atirou no dia 20 de outubro dentro do Colégio Goyases, escola particular de ensino infantil e fundamental, em Goiânia. Dois estudantes morreram e outros quatro ficaram feridos na unidade, localizada no Conjunto Riviera, bairro de classe média. Suspeito pelos disparos é filho de policiais militares e está apreendido.

Mulher é consolada na frente do Colégio Goyases, em Goiânia, onde aluno abriu fogo contra colegas em sala de aula — Foto: Cristiano Borges/O Popular/Estadão Conteúdo

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