Política Tarcísio Motta

Candidatos ao governo do Rio criticam reforma do Ensino Médio durante debate

'Temos que fazer o caminho da resistência completa de não aplicar a questão da reforma do ensino médio aqui', disse Tarcísio Motta, do PSOL
Candidatos ao Palácio Guanabara participam de debate sobre educação Foto: Waleska Borges / O GLOBO
Candidatos ao Palácio Guanabara participam de debate sobre educação Foto: Waleska Borges / O GLOBO

RIO - A reforma do Ensino Médio foi criticada nesta segunda-feira pelos candidatos ao governo do estado, Tarcísio Motta , do PSOL, Dayse Oliveira , do PSTU, e o vice de Márcia Tiburi , do PT, Leonardo Giordano , durante debate do Fórum de Educação de Jovens e Adultos do Rio, no Centro da cidade. Os postulantes ao Palácio Guanabara  falaram também sobre suas propostas para Educação de Jovens e Adultos, para valorização dos professores, e sobre o processo de sucateamento da rede e outras questões da área.

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- Nós temos que fazer o caminho da resistência completa de não aplicar a questão da reforma do Ensino Médio aqui. E é claro que para isso isso vamos precisar mobilizar, as comunidades escolares, as escolas, as universidades. Tem que apresentar algo de contraponto, ou seja, a nossa questão é que a gente está satisfeito com o atual Ensino Médio? Claro que não. Então qual é o currículo? Como vamos discutir a questão de uma reforma curricular de fato para o Rio de Janeiro, quais são as bases de um projeto político pedagógico que vamos fazer com as diferentes redes? Qual é a lógica? - questionou Tarcísio Motta durante o debate.

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De acordo com o candidato do PSOL, é necessário colocar o assunto sobre a reforma do Ensino Médio no debate político:

- Significa dizer, "estamos partindo para o enfrentamento e vamos fazer isso acompanhado da mobilização social.

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A reforma do Ensino Médio muda a estrutura do sistema atual do ensino médio. Essa mudança por meio de uma Medida Provisória gerou protestos causando ocupações em escolas de vários estados em 2016. Exclusões de disciplinas, abertura para profissionais sem licenciatura dar aulas e implementação geral do ensino integral foram os temas mais polêmicos. A expectativa é que, durante este ano, o Ensino Médio já passe por reformulação nos projetos das escolas, mas devem ser aplicados, na prática, em 2019.

Além da questão da reforma, Tarcísio apresentou também seus planos para área, caso seja eleito governador:

- Nossa principal proposta é integrar as diversas redes do ensino superior, do ensino técnico, do ensino regular e também da rede do Degase num projeto educacional próprio que possa garantir qualidade da educação. Valorização dos profissionais de educação, com condições de trabalho, melhorias salariais e articulação entre educação e cultura para fazer com que a escola volte a ter significado para nossa juventude e que a gente garanta esse direito. Educação é direito para jovens, adultos, adolescentes no Estado do Rio de Janeiro.

Já Leonardo Giordano propõe uma revolução no ensino. Ele lembra que o estado do Rio de Janeiro  teve uma grande diminuição no número de escolas, fechamento de turnos e turmas e uma redução sensível no número de professores.

- É fundamental aumentar a oferta de vagas na educação, a quantidade de unidades, fazer isso com qualidade, valorizando os servidores públicos, os profissionais de educação e conseguindo construir o projeto pedagógico que seja inclusivo, democrático com a valorização de todos e todas.

Dayse Oliveira apontou o que considera como principais pontos de discussão na área da educação: salário, falta de democracia e ausência de verbas de manutenção, condições de trabalho, maquinário, além da promoção de excursões para sair da escola e ter acesso a museu.

- Defendemos 10% do PIB já, por exemplo, somos contra o Plano Nacional de Educação que só diz 10% do PIB daqui a 10 anos. Tem que suspender o pagamento da dívida, anular as isenções fiscais para em termos de salário garantir a proposta do Sindicato Estadual de Educação, o Sepe, que é três salários mínimos no mês para funcionários e cinco para profissionais de Educação. E total autonomia e liberdade. O Estado tem que dar condições para que esses projetos políticos pedagógicos das escolas aconteça.

Durante o debate, os candidatos também comentaram temas como a evasão escolar, educação especial e debateram sobre a Educação de Jovens e Adultos como um direito do estudante.

- Afirmar a educação de Jovens e Adultos como transitória foi só um mecanismo para sucatear a educação de jovens e adultos e impedir de pensar essa modalidade nas suas especificidades.  É preciso investir na educação de qualidade e entender que a educação de jovens e adultos não é a válvula de escape para os problemas da educação regular - avaliou Tarcísio.

Segundo a organização do debate, todos os candidatos ao governo do estado foram convidados. No entanto, apenas Tarcísio, Dayse e Márcia Tiburi compareceram ou enviaram representante.