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A evolução tecnológica e o grande desafio da educação básica brasileira

Por Camila Cardoso
Atualização:
Camila Cardoso. FOTO: DIVULGAÇÃO Foto: Estadão

A tecnologia encurtou distâncias e pontes nos mais diversos setores e é um aspecto fundamental das relações humanas, sociais e de trabalho. Mas no contexto da educação básica, ela não está sendo aplicada em sua totalidade, e ainda há muitos desafios. A grande virada de chave para aproveitar esse cenário é educar os jovens para os novos desafios da sociedade.

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O Brasil já caminhou muito na questão de acesso à tecnologia nas escolas, mas é preciso fazer mais. Para se ter ideia de quanto ainda precisamos avançar, o acesso à internet - essencial para a sociedade interconectada em que vivemos - está presente em 94% das escolas brasileiras, porém apenas 45% disponibilizam acesso aos alunos. Nesse cenário, depois da pandemia, o celular tornou-se o principal suporte de acompanhamento de aulas para 37% dos estudantes, seguido de notebooks (29%) e computadores de mesa (11%), o que mostra o quanto aceleramos em direção a uma educação de formato híbrido.

É preciso, portanto, popularizar o acesso e uso de dispositivos e ferramentas, além disso, avançar na direção do uso da tecnologia para melhorar a experiência educacional e o aproveitando das atividades pedagógicas. O uso da tecnologia, inclusive, é apontado pela Base Nacional Curricular Comum (BNCC) como um fator fundamental do processo de ensino, para que o aluno aprenda a aprender, estimulando o estudante a ser protagonista de sua história a partir do uso de tais ferramentas para resolver problemas, produzindo e disseminando conhecimento, tornando-se um cidadão com senso ético e crítico.

As tecnologias imersivas, como o Metaverso (espécie de mundo virtual que reproduzirá a realidade em dispositivos digitais) são um exemplo de solução que proporcionará uma evolução das práticas educacionais, maximizando a aprendizagem com experiências e vivências únicas em ambientes imersivos: imagine, em uma aula de História, o aluno visitar museus ou locais onde se desenrolaram grandes acontecimentos do passado; ou poder manipular um corpo humano durante a aula de Ciências, tudo isso de forma lúdica e virtual. Será um salto enorme na forma como o conhecimento é vivenciado e assimilado pelo aluno.

A escola do futuro é caracterizada por um formato presencial com momentos híbridos, estimulando o uso de tecnologia e de recursos digitais. Acredito que, dessa forma, contribuiremos para: (1) favorecer uma participação mais autônoma, ativa, crítica e responsável dos alunos no seu processo de aprendizagem; (2) priorizar os tempos de ensino e aprendizagem presenciais, nos quais o professor servirá de guia dos estudantes na busca do conhecimento; (3) criar alternativas personalizadas de aprendizagem em tempos não presenciais; (4) preparar os jovens para atuação competente, responsável e colaborativa na vida adulta.

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O uso da tecnologia, inclusive, é apontado pela Base Nacional Curricular Comum (BNCC) como um fator fundamental do processo de ensino. As orientações da BNCC integradas com os avanços das Ciências da Educação e das Neurociências, permite que o currículo esteja mais organizado em torno dos conteúdos didáticos e também dos recursos digitais.

Nesse contexto, o professor poderá ainda analisar o processo de aprendizagem dos estudantes por meio dos dados objetivos de desenvolvimento deles, podendo ajustar, em tempo hábil, seu planejamento de ensino e permitindo às famílias que também acompanhem os estudantes em suas escolhas.

Diante de tantos desafios, é necessário investir em ideias disruptivas e no desenvolvimento científico, para atender às necessidades dos estudantes e aos desafios do futuro. Só assim teremos uma educação moderna e inovadora, que estimula e promove uma verdadeira transformação social e econômica. Educação, digitalização e tecnologia devem andar de mãos dadas.

*Camila Cardoso é vice-presidente de Educação Digital da SOMOS Educação

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