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Por Jornal Nacional


Brasil fica na primeira posição da Olimpíada Internacional de Economia

Brasil fica na primeira posição da Olimpíada Internacional de Economia

O Brasil ficou na primeira posição da Olimpíada Internacional de Economia, que foi realizada na Grécia. Os oito jovens que representaram o país querem usar o conhecimento para resolver problemas como inflação e desigualdade social.

Vestidos com o "uniforme de economista", os meninos sentem o peso da tradição brasileira.

“Quando a gente chegou no aeroporto, a gente encontrou algumas outras delegações, como a do Japão, Taiwan... E é engraçado perceber como eles olham para a gente com uma certa admiração”, diz o estudante Luiz Filipe Perez Mendes.

O time de estudantes do ensino médio e dos primeiros anos de graduação acaba de chegar da Grécia carregado.

“Conseguimos três medalhas de ouro, uma de prata e uma de bronze nos resultados individuais e, também, o troféu, a grande joia da coroa, o troféu de melhor equipe do mundo”, comemora o estudante Nicolas Moura.

Os mais céticos podem dizer que é sorte de principiante, mas, com o ouro dessa delegação, o Brasil é tetracampeão da mais importante competição internacional da ciência, das finanças e dos negócios.

Será que o histórico de desafio explica a tradição de premiados economistas?

“Verdadeira marcha da insensatez que foi a evolução da inflação do Brasil entre o início dos anos 1960 e o início dos anos 1990, uma inflação crônica alta e crescente”, diz Pedro Malan, ex-presidente do Banco Central e ex-ministro da Fazenda.

Pedro Malan, parte da equipe que criou o plano real e a estabilidade econômica, serve de inspiração, e se orgulha da nova geração.

“Além de nós nos congratularmos, eu me congratulo com eles. Saber que nós temos um problema seríssimo para tratar, diria que talvez o mais sério para definir o nosso futuro como economia, como sociedade, que é a nossa enorme desigualdade de riqueza e de renda, que é derivada, fundamentalmente, da desigualdade de oportunidades na partida”, afirma Malan.

Eles dispararam na frente, mas parecem já saber que, como todo bom economista, para ser grande tem que estar à altura do desafio.

“A gente, realmente, tem uma falha no sistema educacional brasileiro, temos vários pontos negativos e eu acho que, como economista, tenho vontade de ajudar o Brasil nessa parte”, diz Lucas Monteiro Rivelle, estudante de 16 anos e medalhista de ouro na Olimpíada de Economia.

“Taxa de juros, inflação, política monetária. Eu gostaria de atuar futuramente, de repente, no Banco Central. Seria um sonho meu”, conta o estudante de Economia da FGV Leonardo Zanetti Souza, de 18 anos e medalhista de ouro na Olimpíada de Economia.

“A continuidade de políticas que entra governo, sai governo, muda completamente uma política e tinha que ter uma coisa que é estável e continua independente de quem está no poder”, afirma Pedro Porto de Carvalho Nunes, estudante e medalhista de ouro na Olimpíada de Economia.

“Ter orgulho do que a gente tem no Brasil, constrói no Brasil, é muito importante para a gente conseguir resolver esses outros problemas”, diz Raphael Zimmermann, coordenador da delegação brasileira.

“No futuro, ter a pobreza reduzida aqui no país. Então, acho que essa questão é a principal que eu estou muito engajado e quero trabalhar e buscar melhorar nesse cenário”, diz Renato Timóteo Wanderley, de 18 anos, e medalhista de bronze na Olimpíada de Economia.

“Economia vai muito além de PIB e Bolsa de Valores. A economia está focada, principalmente, em entender a sociedade e resolver problemas que existem. É por isso que é muito importante a gente ter cada vez mais jovens brasileiros interessados em economia para a gente ter mais gente trabalhando na solução desses problemas”, afirma Vitor Alexandre Camargo, estudante de Economia e Matemática em Yale.

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