BRASÍLIA - O presidente da República, Jair Bolsonaro, afirmou neste sábado que o novo responsável pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o economista Murilo Resende Ferreira, vai priorizar o ensino com enfoque na medição da formação acadêmica.
Em publicação na sua conta oficial no Twitter, o presidente disse que é preciso ignorar a promoção da "lacração" e da "doutrinação" em sala de aula. O presidente também destacou a formação de Resende, que é doutor em economia pela Fundação Getulio Vargas (FGV).
"Murilo Resende, o novo coordenador do Enem, é doutor em economia pela FGV, e seus estudos deixam claro a priorização do ensino ignorando a atual promoção da 'lacração', ou seja, enfoque na medição da formação acadêmica, e não somente o quanto ele foi doutrinado em salas de aula", tuitou.
Sem feminismo e 'História conforme a esquerda'
Filho do presidente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro reiterou os comentários do pai pela mesma rede social e ressaltou a professores que os estudantes agora, com a mudança na chefia do Enem, "não precisam saber" de temas ligados ao feminismo e à "História conforme à esquerda".
"Atenção, professores: seu aluno que inicia agora o 1º ano do Ensino Médio não precisa saber sobre feminismo, linguagens outras que não a língua portuguesa ou História conforme a esquerda, pois o vestibular dele será em 2021 ainda sob a égide de pessoas da estirpe de Murilo Resende", escreveu o parlamentar.
Resende, de 36 anos, foi escolhido pelo ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, como diretor de Avaliação da Educação Básica do Instituto de Estudos e Pesquisa Educacionais Anísio Teixeira (Inep), que é o órgão responsável também pelo Sistema de Avaliação da Educação Básica, além do Enem.
Ele já chamou professores de manipuladores e tem como guru o escritor Olavo de Carvalho, de quem foi aluno num curso on-line. Embora seja professor universitário em Goiás desde 2015, a falta de experiência de Resende na área é citada como entrave para a atuação na diretoria por educadores e também por servidores do Inep, o que pode ter motivado a fala do novo presidente no Twitter.