BRASÍLIA — A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) será discutida em todas as escolas de ensino médio no dia 2 de agosto. A ação está sendo organizada pelo Ministério da Educação, pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) e pelo Conselho Nacional de Secretários da Educação (Consed), que estão aceitando até o dia 26 de agosto sugestões e reclamações sobre a base.
A ideia é que 28 mil escolas públicas e particulares, envolvendo 509 mil professores, participem da ação no dia 2, batizada de "Dia D". A orientação é dividir grupos de discussão a partir das áreas de conhecimento.
Aprovada em 2017, a BNCC é um documento que define o conjunto de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver. Atualmente, o documento está em análise pelo CNE.
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O ministro da Educação, Rossieli Soares, acredita que quanto maior a participação dos professores, melhor o processo.
— Estamos num momento de debate. O debate precisa chegar na ponta, que são os professores. Estamos dando uma nova chance para o professor debater, quanto maior a participação, melhor o processo. Nós apoiamos absolutamente essa mobilização. Nós participamos das reuniões dos conselhos. A base não vai determinar a forma do trabalho dos professores, isso são eles que vão escolher — disse o ministro, em entrevista coletiva realizada nesta terça-feira.
Para Cecília Motta, presidente do Consed, os professores não se sentem parte do processo, mas é necessário incluí-los na discussão. De acordo com ela, a abetura para o envio de sugestões é uma "nova chance" de debater a base:
— O Consed resolveu consultar as escolas. Nós estamos colocando dentro do site do Consed, para que todas as escolas publicas estaduais, o sistema S e as escolas particulares analisem a base. Estão acontecendo audiências públicas e debates. Os professores não se sentem pertencentes. Faremos o encaminhamento de todas as propostas no dia 26 de agosto. É importante que cada escola se mobilize por áreas de conhecimento. Isso vai ser importante para que eles se reconheçam e sinto representados. Eu não vejo uma resistência com essas mudanças. Todo mundo está preocupado com as mudanças, mas nem todos participaram. Estamos dando uma nova chance — afirmou Cecília.
O presidente do CNE , Eduardo Deschamps, informou que temas relacionado a gênero e orientação sexual, que foram retirados da base, ainda estão sendo discutidos:
— Na resolução da base, há um artigo específico que remete a comissões específicas do CNE essa discussão sobre orientação sexual e identidade de gênero. Nós temos hoje uma comissão trabalhando com esse processo e essa comissão vai elaborar normas específicas que vão complementar aquilo que está disposto na base para a orientação das escolas e dos currículos que devem tratar acerca desse assunto.
*Estagiário, sob supervisão de Francisco Leali