ESG
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Por Cláudio Marques, Especial Para O Prática ESG — ´São Paulo

Nos últimos dez anos, o total de trabalhadores negros do sexo masculino com ensino superior avançou de 6% para 10%, enquanto entre as mulheres negras houve um salto de 13% para 21%. Essa evolução, no entanto, não se refletiu em melhores cargos e salários, como mostra a pesquisa “A mulher negra no mercado de trabalho brasileiro: desigualdades salariais, representatividade e educação entre 2010 e 2022”, elaborada pela Associação Pacto de Promoção da Equidade Racial e que foi apresentada durante 1ª Conferência Empresarial ESG Racial, em São Paulo.

- As mulheres negras são duplamente impactadas, tanto pela questão do gênero quanto em razão da raça - ressalta Gilberto Costa, diretor executivo do Pacto de Promoção da Equidade Racial.

Nesse contexto, não é de se estranhar que dos 4% de pessoas negras que ocupam postos de liderança nas empresas no Brasil, apenas 0,4% são mulheres.

O estudo aponta que o rendimento da mulher negra é 81,6% do rendimento do homem negro, enquanto na comparação entre mulheres brancas e homens brancos este rendimento é de 76,8%. Outro recorte da pesquisa indica que a mulher negra recebe cerca de 71% do rendimento médio de uma mulher branca no Nordeste, mas no Sudeste a diferença é ainda maior: o ganho é cerca de 62% de uma mulher branca.

Observou-se, ainda, que entre os 10% mais pobres da população, as mulheres negras recebem menos que a metade do ganho salarial de homens brancos e, entre o 1% mais rico, cerca de 30%. Apesar da desvantagem, Costa diz que a situação vem melhorando.

- Percebemos que ao longo dos últimos dez anos as organizações e a sociedade estão evoluindo na pauta racial, como resultado de programas de ações afirmativas e de políticas de combate ao racismo - afirma Costa.

Tanto que o estudo constatou avanço de 20 pontos percentuais no número de mulheres negras com carteira assinada em relação ao de homens brancos, no período de 2010 a 2020. Ainda assim, as mulheres negras possuem a menor taxa de participação no mercado de trabalho e sobrerrepresentação no mercado informal e em ocupações domésticas.

Para o diretor do Pacto, o racismo estrutural e as barreiras nos processos de seleção são alguns dos fatores que sustentam esse cenário. Nesse sentido, é preciso treinar a média gerência das empresas, que é quem contrata, para que tenham a mente mais aberta à diversidade.

Segundo Costa, a pandemia levou muitas mulheres negras a deixar seus empregos para cuidar dos filhos. Essa situação acabou levando as mulheres para o empreendedorismo, como forma de poderem voltar a ter ganhos.

- Resolver a questão racial no Brasil passa por investimento em educação pública e no empreendedorismo negro. É preciso formar essas pessoas e as ações afirmativas são extremamente positivas para levar esses talentos para dentro das organizações. Formar um diretor, um superintendente e um conselheiro é demorado - diz.

A pesquisa foi realizada comparando-se dados anônimos da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) de 25 subsetores da economia com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) das cinco regiões do Brasil.

De acordo com Costa, a 1ª Conferência Empresarial ESG Racial atraiu cerca de 1.200 participantes nos dois dias do evento – sendo que 35% exercem cargos de liderança. O objetivo era reunir os principais atores da sociedade, de diversos segmentos, para apontarem juntos ações para combater o racismo:

- Não poderia ser um evento somente da comunidade negra, porque seria nós pregando para nós mesmos. Resolver a questão racial no Brasil vai passar pelo apoio da comunidade não negra e das empresas.

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