O adolescente de 16 anos que atacou duas escolas em Aracruz (ES), deixando quatro mortos e 12 feridos, foi condenado a três anos de internação. A sentença é o tempo máximo de medida socioeducativa estabelecido em lei para menores de idade. Após ser detido, o jovem, ex-estudante de uma das escolas atacadas, confessou os crimes e foi levado para uma unidade do Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo (Iases) de Cariacica, na Grande Vitória.
A sentença foi determinada pelo juiz da Vara da Infância e Juventude de Aracruz, Felipe Leitão, nesta quarta-feira (4). Por ser menor de idade, o autor dos atentados responde por "ato infracional análogo ao crime de homicídio". No período que estiver detido, ele será acompanhado por exames psiquiátricos para atestar sua possibilidade de retornar ao convívio social, determinou, ainda, a sentença. Segundo o Tribunal de Justiça do Espírito Santo, o prazo de internação ainda será avaliado pelo Juiz da Execução da Grande Vitória (3ª Vara da Infância e da Juventude de Vitória).
Em nota, os advogados de defesa do jovem, do escritório Benichio Advocacia, celebraram o rápido julgamento, que atendeu o prazo de até 45 dias previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
"Foi um desafio para o escritório pegar um caso, que para além de ter alcance nacional, foi um ato infracional envolvendo crianças em ambiente escolar, local frequentados por nossos filhos diuturnamente. Contudo, ciente de que o julgamento não poderia acontecer sem o acompanhamento de um advogado, assumimos a missão em defesa da justiça e pelos pais do adolescente", afirmou o escritório.
O massacre em Aracruz
Os ataques aconteceram no último dia 25 de novembro, na cidade de Aracruz. Armado com uma pistola e revólver que pertenciam ao pai, que é policial militar, o jovem atacou duas escolas: primeiro a Primo Bitti, da rede pública, onde ele estudou; em seguida, ele invadiu um colégio particular, na mesma via.
Na tragédia, quatro pessoas foram mortas: três professoras e uma aluna, e 12 foram feridas. Até aqui, três pessoas ainda permanecem internadas em hospitais da Grande Vitória: uma professora de 37 anos, outra educadora de 51 anos e uma estudante de 14 anos que foi baleada na cabeça.