Por Valdivan Veloso, G1 Grande Minas


Escola fica no Bairro São Judas — Foto: Reprodução/Inter TV

As aulas no Centro Municipal de Educação Infantil (Cemei) Manoel Caribé Filho, em Montes Claros (MG), foram suspensas nesta semana após uma reunião entre representantes do colegiado da instituição. A decisão, de acordo com pais de alunos, foi baseada em constantes ameaças recebidas por funcionários do Cemei para que a escola seja transferida do local; cerca de 150 alunos estudam na unidade.

"De janeiro até agora aconteceram vários episódios que já seriam suficientes para que a escola fosse transferida. Porém, a prefeitura não tomou nenhuma decisão. Com as ameaças, os pais estão temerosos em trazer os filhos e nós funcionários também em trabalhar na escola", explica uma funcionária que não quis se identificar.

O prédio onde está instalada a escola fica no Bairro São Judas, e já foi alvo de arrombamentos e pichações ofensivas contra os funcionários. Representantes do colegiado explicam que o imóvel é alugado, mas a prefeitura deveria ter entregue a sede ao proprietário desde fim de 2017. "Desde o dia 22 de dezembro a prefeitura deveria entregar o local. Sempre vem prorrogando o prazo e não toma uma decisão. Os pais já arrumaram outro local", lamenta uma funcionária.

Os pais afirmam que a escola ficou fechada nesta segunda-feira (12), mas, por imposição da secretaria de Educação, foi reaberta nesta terça-feira (13). "Hoje tem apenas funcionários. Nenhum pai sente seguro para levar os filhos até a escola. Os próprios funcionários estão com medo e a prefeitura entrou em contato exigindo que a escola se mantivesse aberta devido à carga horária", afirma a mãe de um aluno de três anos, que também preferiu não se identificar.

As ameaças não estão restritas à instituição, segundo os pais. "Já ocorreu de pais serem parados na rua e avisados para que não levem os filhos até a escola, caso não quisessem que algo de ruim acontecesse com as crianças".

Alunos não ainda foram às aulas nesta semana — Foto: Reprodução/Inter TV

O que diz a prefeitura

A assessoria de comunicação da prefeitura afirmou que o município está acompanhando o caso há três meses e afirmou que as ameaças estão relacionadas à disputa de traficantes por territórios.

A prefeitura disse ainda que a escola está instalada em um imóvel cedido pelo proprietário sem que houvesse a necessidade de pagamento de aluguel. "Prefeitura já está providenciando um novo local para abrigar a escola. Na semana que vem o educandário estará funcionando em novo endereço", completa a nota.

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