Rio Bairros Barra da Tijuca

Seis meses após reabrir como Vila Olímpica, Centro Esportivo Didi sofre com salários atrasados

Algumas aulas foram suspensas, e Subsecretaria de Esportes promete resolver o problema em duas semanas

Na reabertura, a prefeitura prometeu reformar o campo de futebol, o que ainda não aconteceu
Foto: Brenno Carvalho / Brenno Carvalho
Na reabertura, a prefeitura prometeu reformar o campo de futebol, o que ainda não aconteceu Foto: Brenno Carvalho / Brenno Carvalho

RIO — Em dezembro do ano passado, a notícia da reabertura do Centro Esportivo Waldir Pereira, o Didi, agora como uma Vila Olímpica, alegrou moradores da Barra e do Recreio, carentes de ofertas gratuitas de práticas esportivas. Seis meses depois, porém, o clima é de apreensão. Além de algumas reformas prometidas não terem sido realizadas, como as do campo de futebol e da quadra de vôlei, aulas começam a ser suspensas porque os salários dos professores estão atrasados.

Antes do fechamento, em dezembro de 2016, o complexo esportivo tinha cerca de 1.400 alunos. Atualmente, como Vila Olímpica, oferece aulas de jiu-jítsu, muay thai, MMA, judô, teatro, ritmos, zumba e ginástica funcional a cerca de 600 pessoas. Na semana passada, as professoras de balé e ginástica avisaram aos alunos que parariam de trabalhar, por estarem sem pagamento. Já a aula de zumba só continua porque os alunos se uniram para custear o transporte da professora.

— Antigamente, o Didi funcionava bem; as equipes e os professores se esforçavam, havia vontade de investir para que o espaço não ficasse abandonado — conta Paula Paes, que voltou a frequentar o espaço após a reabertura e estava fazendo aulas de ginástica funcional. — Minha filha fazia balé. Estava adorando, e queria entrar no vôlei também. Agora, não sabemos como vai ser.

Apesar da compra de alguns equipamentos, como tatames novos e material de luta, o Didi apresenta aspecto de abandono. O campo está com a grama alta, e, durante o período em que o espaço ficou fechado, no ano passado, alguns alambrados chegaram a ser furtados. Em vários pontos, professores orientam as crianças a não se apoiarem nos corrimões enferrujados.

— Dizem que fizeram reforma, mas não dá para perceber. Sempre corri atrás de informações sobre o Didi porque queria botar minha filha em algum esporte — conta Patrícia Leite, outra integrante da turma de ginástica funcional, cuja filha também estava no balé. — Espero que ele continue funcionando, porque é a única opção pública de esporte que existe no Recreio.

Aluna de zumba, Denise Morais revela que desde fevereiro já ouvia comentários sobre falta de salários:

— Os pais e os alunos ficaram indignados.

A Subsecretaria de Esportes explica que a OS que gerencia o Didi é nova e está prestando contas pela primeira vez. Por isso, afirma, houve pendências burocráticas que atrasaram o repasse de verbas. A pasta pretende solucionar o problema em duas semanas.

SIGA O GLOBO-BAIRROS NO TWITTER ( OGlobo_Bairros )