Por Gabriel Costa*, G1 PB


'O Tempo Não Para' é um aulão que mistura as ciências humanas, exatas, da natureza e linguagens com música e poesia — Foto: Gabriel Costa/G1

Com poesia e música, o aulão “O Tempo Não Para” propõe uma viagem com duração de três horas e meia pelas ciências humanas, da natureza, exatas e linguagens, preparando o público para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Apesar do tempo de duração, o estudante Fernando de Paiva, de 17 anos e que vai fazer as provas nos dias 5 e 12 de novembro, garante: “não dá sono”.

O adolescente quer estudar medicina em alguma universidade federal, por isso procurou o aulão dos professores de João Pessoa para fixar o conteúdo do Enem de forma diferenciada, a começar pelo local: o Teatro Santa Roza, teatro mais antigo da Paraíba e o quinto mais antigo do país.

Sua colega, Rafaela Lobão, também de 17 anos e que também quer estudar medicina, alega que a ideia de contextualizar as aulas com música e poesia é muito boa. Ela acredita que o aulão “foge totalmente do padrão e apresenta um proposta inovadora e atrativa”.

'Aulão totalmente diferenciado e atrativo', diz Rafaela Lobão — Foto: Gabriel Costa/G1

Repertório planejado para ensinar

No palco, cinco professores também músicos se apresentam junto com uma violinista e uma violoncelista convidadas. Sem o mesmo talento para a música, mas com conteúdo de sobra para passar para os alunos, outros dois professores completam o aulão.

A primeira música da aula no teatro é “O Tempo Não Para” de Cazuza, mas Tomáz Pessoa, professor de geografia e um dos idealizadores do projeto, diz que as músicas não são colocadas à toa no repertório. “Pensamos no contexto da música, na letra, nas discussões atuais e, claro, no conteúdo da aula”, diz.

Cultura, ecologia, química, processo histórico, cordel, a ciência por trás das ondas sonoras, a guerra civil na Síria e dicas para a prova de inglês fizeram parte do roteiro do aulão musical promovido pelos professores de escolas particulares de João Pessoa.

A letra da música 'O Tempo Não Para' de Cazuza foi a base da ideia do aulão, diz o professor Tomáz Pessoa — Foto: Gabriel Costa/G1

Experientes na plateia

Entre as 173 pessoas que estiveram presentes no Teatro Santa Roza, pelo menos dois já estiveram na universidade. Gabriel Dias, de 26 anos, é professor de literatura e Flávia Figueiredo, de 24, é nutricionista. Gabriel diz que procurou o aulão porque é uma forma de agregar mais conhecimento às suas próprias aulas, “já que professor não para nunca de estudar”.

Flávia, depois de sete anos fora da escola, quer fazer o Enem para estudar medicina. E, segundo ela, como voltar à sala de aula não é fácil, “quer buscar diversas formas para aprender as humanidades”, área diferente da que ela se formou.

Gabriel Dias e Flávia Figueiredo mesmo já formados foram conferir a proposta do aulão musical — Foto: Gabriel Costa/G1

Mais aulões e mais música

O grupo O Tempo Não Para, que realiza os aulões, já tem datas marcadas na agenda. Em agosto os professores vão levar o projeto para Recife, nos dias 5 e 20. Uma apresentação também está marcada na Bienal Internacional do Livro, no dia 14 de outubro.

Campina Grande, Guarabira e outras cidades da Paraíba também vão ter apresentações, mas ainda sem data marcada.

* Sob supervisão de Taiguara Rangel

Poesia e música para estudantes do Enem em João Pessoa

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