Por Rita Torrinha, G1 AP — Macapá


Manutenção em prédios de escolas públicas da rede estadual do Amapá tem atrasado o início das aulas — Foto: Rita Torrinha/G1

A menos de um mês para o fim do primeiro semestre do ano, tem escola no Amapá onde as aulas ainda não iniciaram. Em outra, os alunos começaram a estudar, mas as atividades foram suspensas no primeiro bimestre. O motivo é que as duas instituições, uma na Zona Central e a outra na Zona Oeste de Macapá, passam por reformas.

O atraso nas obras e no calendário escolar tem deixado os pais dos estudantes preocupados. A Secretaria de Estado da Educação (Seed) diz que as manutenções eram necessárias e que as aulas devem iniciar ainda em maio.

Aulas na Escola José de Anchieta foram suspensas há uma semana para reformas — Foto: Rita Torrinha/G1

Na Escola Estadual José de Anchieta, no bairro Santa Rita, Zona Central da cidade, as aulas começaram no período anunciado pelo governo, dia 19 de fevereiro, mas há uma semana foram suspensas, para que o prédio receba melhorias. O prazo para retorno das atividades é de 30 dias, segundo a Seed. Ou seja, a apenas um mês das férias de julho.

A avó de Eduardo Macêdo, aluno do 6º ano da José de Anchieta, reclama.

“Isso é uma dificuldade para os alunos, e não avisaram a gente antecipadamente. Como é que vão ficar essas crianças, paradas, sem estudar? Fico muito preocupada,. Não dá nem para correr atrás de outra escola. É uma situação chata”, falou Matilde Reis, de 75 anos.

Eduardo Macêdo e a avó, Matilde Reis — Foto: Rita Torrinha/G1

A secretária-adjunta da Seed, Keuli Baia, informou que a escola estava há 25 anos sem receber qualquer tipo de manutenção e apresentava uma série de problemas estruturais.

“A José de Anchieta estava com problemas hidrossanitários e elétrico sérios, além de goteiras, falta de acessibilidade, entre outros. De 45 a 60 dias a escola será entregue reformada, mas a previsão de retorno das aulas é para 30 dias”, falou.

Enquanto aguarda a retomada das aulas, o Eduardo diz que o atraso pode atrapalhar o rendimento do aprendizado dele e dos demais estudantes.

“A gente mal começou o segundo bimestre e parou tudo. As nossas provas estavam previstas para serem entregues agora, e vamos perder. A gente vai parar todo esse tempo e não vamos aprender nada. Eu queria estar estudando”, lamenta o menino.

Ano letivo ainda não começou na Escola Estadual Santa Maria — Foto: Rita Torrinha/G1

Do Centro para a Zona Oeste são os pais dos alunos matriculados na Escola Estadual Santa Maria que dizem que os filhos estão com a educação prejudicada. Lá, as aulas nem iniciaram. O prédio alugado onde a escola funcionava foi devolvido à diocese de Macapá e as aulas foram transferidas pra o bairro Marabaixo.

A dona de casa Audirene Ferreira, de 25 anos, se diz impaciente com as justificativas do poder público para o atraso do ano letivo, que está afetando o filho dela e as demais 354 crianças matriculadas na escola, que atende do 2º ao 5º ano do ensino fundamental.

“Já tá no meio do ano praticamente e as aulas nada de começaram. A secretaria diz que tá faltando material para a obra, quando chega, as obras ficam devagar. E ficam enrolando a gente, dizem que vai começar numa data e jogam pra outra e não começa nada. Tem professor, só falta essa reforma. A gente quer as nossas crianças na escola”, expressou.

Audirene Ferreira está impaciente com a situação — Foto: Rita Torrinha/G1

De acordo com a secretaria de Educação do estado, as obras na Santa Maria devem ser concluídas dia 12 de maio.

“Eliminamos o aluguel, fomos para um prédio próprio que está sendo preparado para receber os alunos. Reunimos com professores, técnicos e pais várias vezes, e ficou decidido que as aulas iniciarão dia 15 de maio, foi uma decisão da escola. No dia 12, a Seed entrega o prédio”, confirmou a secretária-adjunta Keuli.

Ainda segundo a gestora, a Seed realizou, em março, licitação de manutenção predial no valor R$ 13 milhões para atender a 100 escolas de todo o estado, durante o ano de 2018. Mais de 30 reformas já foram finalizadas e a meta é que, até o fim deste semestre, chegue a 50 unidades. As outras 50 receberão os serviços no próximo semestre.

Secretária-adjunta de Educação, Keuli Baia — Foto: Rita Torrinha/G1

Para a mãe Tatiana Maciel, cuja filha está no 5º ano e o último na escola Santa Maria, a preocupação é em relação a 2019.

“Eu fico pensando no ano que vem, que ela vai para o 6º ano e aqui não tem essa série. Como ela vai começar o ano em outra escola, se ainda vai estar estudando o 2018? Essa obra era para ser entregue dia 30, agora passou para dia 12 e a diretora deu a posição que vai começar só dia 17, porque dia 15 é feriado”, demonstrou a insatisfação, a dona e casa.

Tatiana Maciel se preocupa com a matrícula de 2019 da filha — Foto: Rita Torrinha/G1

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