Básico

Ativistas pressionam Senado para manter Fundeb aprovado na Câmara

Projeto aprovado pelos deputados aumenta participação da União no financiamento da educação e adota mecanismo que fixa padrões de qualidade para todas as escolas

Sindicato Municipal dos Profissionais de Ensino da Rede Oficial do Recife
Sindicato Municipal dos Profissionais de Ensino da Rede Oficial do Recife
O novo Fundeb incorpora mecanismo que mensura o financiamento necessário para melhorar a qualidade da educação em todo o país

São Paulo – A mobilização que garantiu avanços na aprovação do Fundeb na Câmara continua. Ativistas, profissionais e entidades da educação deram início à campanha “Quero um #FundebPraValer”, para pressionar os senadores a não fazer alterações ao texto da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 15/2015, que no Senado é a PEC 26/2020. A iniciativa é da Ação Educativa, em parceria com a Oxfam Brasil e a Campanha Nacional pelo Direito à Educação.

O texto aprovado na Câmara torna permanente o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação. E aumenta os recursos para a educação, ao aumentar a complementação da União no financiamento da educação, passando dos atuais 10% para 23%. Outro avanço é incorporar o Custo Aluno-Qualidade (CAQ), que fixa padrões de qualidade para todas as escolas do país.

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De acordo com as entidades, a PEC aprovada na Câmara contém sete pontos fundamentais, que devem ser mantidos durante a tramitação no Senado.

  • Um Fundeb permanente, previsto na Constituição Federal e sem prazo para acabar;
  • A utilização do recurso do Fundeb exclusivamente para a Educação Básica pública; 
  • O aumento significativo da contribuição da União ao Fundeb para, no mínimo, os 23% aprovado na Câmara dos Deputados;
  • A complementação da União com recursos de verdade, novos, e não retirados de outros investimentos e programas educacionais;
  • Condições adequadas de qualidade e investimento público para todas as escolas, por meio do CAQ;
  • Condições de remuneração digna a profissionais da educação com garantia de, no mínimo, 70% de recursos do Fundeb para pagamento de profissionais da educação;
  • A criação de um modelo híbrido de distribuição dos recursos, que garanta que nenhuma rede seja desestruturada e haja mais matrículas e qualidade para aquelas redes que têm menos recursos, tornando o país mais equitativo em termos educacionais.

Hoje (5), 11 entidades ligadas à educação e ao controle das despesas públicas assinaram nota na qual expõem os motivos pelos quais defendem a aprovação do novo Fundeb com mecanismo CAQ. Entre as razões, porque fortalece o controle dos recursos educacionais e garante que os novos recursos cheguem de fato às redes de ensino e escolas que mais necessitam.

O relator da PEC é o senador Flávio Arns (Rede-PR).