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José Luiz Portella

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

As eleições trarão uma barbárie nunca antes vista, infelizmente

10.ago.2017 - Imagem ilustrativa - Explosão nuclear, bomba atômica - Getty Images/iStockphoto
10.ago.2017 - Imagem ilustrativa - Explosão nuclear, bomba atômica Imagem: Getty Images/iStockphoto

Colunista do UOL

10/04/2022 10h10

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Os negacionistas bolsonaristas não se limitam à vacina, existe uma crença irracional de que todas as pesquisas, sem exceção, são mentirosas e falsas. Como se todos institutos contratassem articuladamente pesquisadores enviesados. Assombração sabe para quem aparece.
Eles não conseguem se equilibrar sobre a lógica, não lhes passa pela cabeça que Bolsonaro poderia contratar um instituto ligado a eles, que demonstrasse com dados, que a pesquisa está errada.
Eles dizem que as enquetes não batem com as pesquisas, sem se dar conta que enquetes não levam em conta o rigor estatístico e as pesquisas sim, negam a teoria estatística, assim como vacina. O que significa virar grupo confessional amparado em crenças dogmáticas, que não podem ser confrontadas pela ciência, nem pela lógica.
No fundo é um credito, no "quero crer", não importa como o mundo é. Um dia ele será como eu quero. É insano.
Por outro lado, o negacionismo do PT com relação ao que aconteceu no Brasil durante os respectivos governos Lula e Dilma, com mensalão, Petrobras e união com Centrão da época, causa revolta na população e eleitorado que não pertencem a esses dois grupos, levando certos eleitores até a votar em Bolsonaro, contra o retorno do PT, embalado pelo discurso soberbo de Lula, como salvador da Pátria e líder de um suposto Brasil Novo.
Quando os bolsonaristas, às vésperas da eleição, forem obrigados a retornarem ao mundo real e enxergarem a possível vitória de Lula ou de outro candidato da terceira via, se surgir, vão apelar, primeiro para hostilidade declarada, seguida de violência e contestação da eleição.

Eles têm certeza que possuem maioria, que não existe, e o encontro com a realidade vai ser um choque atômico. Fissão nuclear.
Os petistas e aliados, com receio de perder uma eleição que consideram ganha, contando com os desatinos de Bolsonaro, vão se apavorar com a chance do tapetão dos tumultos tirar-lhes do poder.

Irão reagir fortemente, alguns, vão se portar com a mesma violência que certos partidários de Bolsonaro. Em parte, são iguais e brasileiros. Lembrar que o Brasil tem a patogenia da violência incrustada em seu sangue, como doença autoimune ou vírus do herpes, que permanece no corpo. Somos violentos, desde 1500. Balaiada, Sabinada, Farrapos, Palmares, 1930.
A frustração da sociedade Nem-Nem com o eventual fracasso da alternativa, que não contemple os dois polos Lula e Bolsonaro, catalisará o mau-humor revoltado do ambiente, corroborando com clima de guerra política, que aos poucos tenderá para uma guerra "santa".
A falta de competência para erigir uma candidatura vai resvalar para a raiva que a impotência traz.
Para isso, colaboram tanto Lula como Bolsonaro, quando, por esperteza eleitoral, se consideram pugnando uma guerra do bem contra o mal, que é a negação da pacificação da sociedade que pregam paralelamente.
A negação do pacto civilizatório.
Moro, Ciro e Doria, com os respectivos egos, não captam a gravidade do problema e, em vez de trabalharem para evitar tal corolário, atiram urânio enriquecido para os fabricantes da bomba atômica.
Como será complexo construir união de Nem-Nens, talvez nem parte dela com Tebet/Leite, a expectativa é lúgubre, infelizmente. Mas, é verdade.
A eleição caminha para a política por outros meios: a guerra. Como disse Carl Von Clausewitz.

Tudo em nome da felicidade do Brasil. Inusitado.

Vamos torcer para a eleição não se transformar num "Armagedon" (Armagedão) bíblico.