Por Gustavo Campos, G1 Santarém — Pará


Durante ação, faixas contra o preconceito foram colocadas na escola Ubaldo Corrêa, em Santarém — Foto: Jaderson Moreira/TV Tapajós

Em menos de 15 dias, a vida do professor de matemática Erlison Albuquerque deu um giro de 360 graus. O docente, que nasceu com uma deficiência congênita nos dois braços, foi vítima de Bullying em plena sala de aula, teve a história contada em rede nacional e, na manhã desta quarta-feira (17), participou de uma ação contra o preconceito no local onde tudo ocorreu.

O Sindicato dos Profissionais da Educação de Santarém, no oeste do Pará, promoveu na Escola Municipal Ubaldo Corrêa uma reunião para combater todo e qualquer tipo de discriminação no ambiente escolar. A conversa reuniu pais, estudantes, funcionários e professores em um corredor da área externa da instituição, com o intuito de propagar o respeito às diferenças.

“Esse é um momento importante, vendo que casos de preconceito, de racismo, ocorrem no dia a dia das escolas. Esta ação do Sindicato dos Profissionais da Educação é para mostrar à sociedade que estamos fazendo um trabalho contra a discriminação, preconceito e violência”, explicou a diretora da escola, Wandria Sampaio.

“Cada funcionário da escola tem um direito. O meu direito termina quando começa o do outro”.

O assunto ficou mais em evidência na escola quando o caso do professor Erlison foi contado. No início do mês, ele revelou ter sofrido Bullying por estudantes em plena sala de aula, que fizeram brincadeiras e gestos em referência à deficiência dele. A história foi mostrada no programa Encontro com Fátima Bernardes, no último dia 10 de abril.

Erlison Albuquerer, professor de matemática, participou da ação contra o preconceito — Foto: Jaderson Moreira/TV Tapajós

Participando desta manifestação contra o preconceito, Albuquerque afirmou que discutir e repassar informações sobre o preconceito é muito importante para combatê-lo e promover um ambiente mais saudável dentro das instituições de ensino.

“Esse manifesto contra qualquer tipo de discriminação, de qualquer tipo de preconceito. A partir disso, vamos poder discutir sobre educação inclusiva, suas dificuldades e entraves. Precisamos passar essas informações, sobre a diversidade, sobre pessoas com qualquer tipo de deficiência”, destacou o professor.

“A educação é a melhor saída. É a melhor maneira de transformar a sociedade. Todos somos diferentes, a diversidade existe e precisamos ser respeitados”.

Ação reuniu pais, professores, funcionários e estudantes na escola Ubaldo Corrêa, em Santarém — Foto: Jaderson Moreira/TV Tapajós

De acordo com a direção da escola Ubaldo Corrêa, já existe uma parceria com o projeto Sementes do Amanhã, que realiza ações com os alunos aos sábados, sobre temas como a diversidade.

A Associação dos Deficientes Físicos de Santarém (Adefis) também deve levar atividades para dentro da instituição, para mostrar a importância do respeito às diferenças.

*Colaborou Jaderson Moreira, da TV Tapajós.

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