Por G1 DF e TV Globo


Ex-unidade do Alub em Vicente Pires retoma aulas sob nova supervisão

Ex-unidade do Alub em Vicente Pires retoma aulas sob nova supervisão

Após a interrupção das atividades de seis unidades do colégio Alub, no Distrito Federal, a rede se comprometeu a entregar imediatamente o histórico escolar dos estudantes, para que possam se matricular em outras escolas da capital.

A medida é uma das acordadas entre o colégio e o Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT), que passou a atuar na situação depois que pais e alunos tiveram prejuízos com o fechamento das escolas.

A interrupção das atividades foi causada por uma crise financeira enfrentada pela rede, que se agravou nas últimas semanas (entenda abaixo). Mais de 3 mil alunos foram prejudicados.

Fachada da sede do Ministério Público do Distrito Federal — Foto: Gabriel Luiz/G1

Na quarta-feira (23), o MPDFT realizou uma reunião com pais de estudantes afetados pela crise no Alub. O objetivo principal é minimizar os danos imediatos causados aos alunos e garantir a transferências deles para outras escolas.

“Essa é a medida mais urgente. As investigações vão prosseguir e, conforme os elementos colhidos nessas apurações, os responsáveis pela Rede Alub poderão ser acionados nas esferas administrativa, cível e criminal pelos seus atos”, explica a promotora de Defesa da Educação Cátia Vergara.

Além da entrega dos históricos escolares, a rede também se comprometeu a não cobrar multa pelas rescisões de contratos com os pais. O Ministério Público e o Instituto de Defesa do Consumidor do DF (Procon) também preparam um termo de ajustamento de conduta para garantir os direitos dos afetados nos próximos meses.

Crise financeira

Os problemas do Alub começaram em abril do ano passado, após a prisão de um dos donos da rede, Arthur Mário Pinheiro Machado. Ele foi alvo da Operação Rizoma, um desdobramento da Lava Jato no Rio de Janeiro, que investigou fraudes em fundos de pensão de funcionários públicos.

Segundo as investigações, Arthur Machado pagava propina para representantes de fundos de pensão para que eles investissem nas empresas e fundos de investimentos do empresário.

Arthur Mário Pinheiro Machado — Foto: Leandro Cotrim/GloboNews

Na última segunda-feira (21), ele foi novamente alvo da Polícia Federal, durante a operação Grand Bazaar, também em investigação de fraude em fundos de pensão.

Desde então, funcionários tem sofrido com corte de gastos e atraso de salários. Os professores da rede alegam que não recebem pagamento há três meses. No dia 15 de outubro, os educadores iniciaram uma paralisação e a rede anunciou a suspensão das aulas.

Segundo o Sindicato dos Professores das Escolas Particulares do DF, a dívida trabalhista já chega a R$ 20 milhões.

"Está todo mundo em uma situação grave, assim como os alunos. Sem emprego, sem garantia de que vai receber o pagamento de salários. Ou seja, é uma irresponsabilidade por parte dos gestores", afirma Rodrigo de Paula, diretor do sindicato.

Situação irregular

Colégio da Rede Alub em Taguatinga Sul — Foto: Google Earth

Antes mesmo da suspensão das atividades, pelo menos duas unidades do Alub já funcionavam em situação irregular. Na unidade da Asa Norte, o credenciamento junto à Secretaria de Educação não foi renovado e só estava válido até 31 de julho deste ano.

Já na unidade do Gama, o credenciamento estava vencido desde julho de 2018. Nesses casos, a escola é obrigada por lei a informar os pais de alunos sobre a situação para que os estudantes possam ser transferidos a outros colégios.

O que diz o Alub

Na terça-feira (22), o advogado do Alub, João Bernardo Kappen, informou à reportagem que o colégio "ainda espera o desbloqueio da conta da instituição para o pagamento de salários dos funcionários e professores. Se conseguir reverter a decisão na justiça, o pagamento será feito imediatamente".

Transferências para outras escolas

Segundo a Secretaria de Educação do DF, mesmo que estejam com a documentação incompleta, alunos do Alub podem se matricular em outras escolas. Ainda de acordo com a pasta, a rede pública já tem recebido esses estudantes.

A diretora de supervisão institucional e normas de ensino do DF, Raphaella Cantarino, afirma que "não existe o risco de perda do ano letivo por falta de documentação".

"Toda escola, ao receber um aluno que não tenha documento ou esteja com a documentação incompleta, acaba fazendo a readequação à vida escolar, de acordo com o manual da Secretaria."

Leia mais notícias sobre a região no G1 DF.

Veja também

Mais lidas

Mais do G1
Deseja receber as notícias mais importantes em tempo real? Ative as notificações do G1!