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2018

Ano de eleições: você vota pela Educação?

por Ricardo Falzetta

Educação em 2018

Ano eleitoral, como este que se inicia, costuma ser ano de promessas. Mostra a tradição brasileira que, em sua maioria, tais promessas não se cumprem. Por isso, é preciso refletir muito antes de definir o voto. A disputa deste ano definirá não apenas a Presidência da República, mas o governo e o legislativo dos estados e do Distrito Federal, bem como o Congresso Nacional. Os compromissos assumidos em planos de governo, tornados públicos em horários ou debates eleitorais, servirão de baliza para a população escolher quem merece representá-la politicamente – além de receber atualmente dos cofres públicos salários de em média 20 mil reais (governador), 25 mil (deputado estadual); 30 mil (presidente), 33 mil (deputado federal e senador).

Olhando em retrospecto, a regra é que os candidatos vencedores não apenas descumprem promessas de campanha, mas descontinuam políticas em andamento, sejam elas de qualidade ou não. Muitos desses processos são invisíveis aos cidadãos, porque grande parte da elaboração de políticas públicas acontece longe dos holofotes. Via de regra, prevalece o compromisso – muitas vezes imoral – com determinados setores ou grupos específicos. Especificamente em Educação, essas idas e vindas são preocupantes porque afetam a qualidade do ensino e comprometem o futuro de milhões de crianças e jovens.

É aí que entra o papel da sociedade: se você quer o melhor para o Brasil, a escola é parada obrigatória. Na hora de escolher um candidato, não se prenda apenas às promessas. Questione-o sobre as políticas que pretende manter, aprimorar ou descontinuar. Você vai se surpreender com aventureiros que mal sabem do que estão falando. Seu poder, nesse caso, é simples e direto: não vote neles. Cada eleição é uma chance de renovar a vigilância sobre o que está no radar dos futuros gestores públicos para a Educação. O voto é fundamental, mas a cobrança deve se estender por todo o mandato.

O corpo a corpo com candidatos e com políticos eleitos é fundamental e a tecnologia pode facilitar essa tarefa. A Newsletter Incancelável é um dispositivo que ajuda a acompanhar as principais notícias dos candidatos e, posteriormente, acompanhar os eleitos! O jornal Folha de S.Paulo (SP) costuma lançar, a cada eleição, o “Promessômetro”, que avalia as probabilidades de cumprimento das promessas dos candidatos, com base no esforço necessário para tal. Iniciativa interessante é enviar emails para o comitê de campanha cobrando posicionamentos e compromissos com a Educação. Outro espaço que vale a pena ficar de olho é a Editoria de Checagens da Agência Pública de notícias, que costuma checar se o que os candidatos falam é verídico. A Agência Lupa faz um trabalho semelhante.

Fique de olho nos assuntos que você pode cobrar nos planos de governo dos candidatos:

- Investimento em aprimoramento da infraestrutura escolar: destaque para bibliotecas, laboratórios de ciência e informática e instalações adequadas aos estudantes com deficiência.

- Políticas para promover a escolha democrática de diretores escolares (atualmente, a maioria é escolhida por indicação).

- Políticas para o aperfeiçoamento profissional dos professores e para aumentar a atratividade da carreira do magistério.

- Propostas de implementação da Base Nacional Comum Curricular do Ensino Fundamental 2 (etapa de ensino de responsabilidade dos estados).

- Propostas de implementação da Base Nacional Comum do Ensino Médio (que deve ser discutida no próximo ano) e para a adequação das redes estaduais de ensino à recém imposta Reforma do Ensino Médio (que prevê a criação de cinco itinerários de formação nessa etapa de ensino).

 *Com a colaboração de Pricilla Kesley, jornalista do Todos Pela Educação

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