Por g1 Santos


Administradora de grupo 'Massacre 16' faz comentários racistas, citações nazistas e ameaça estudantes — Foto: Reprodução

Alunos da Escola Estadual Primo Ferreira, em Santos, no litoral de São Paulo, foram alvos de ameaça de um massacre nesta terça-feira (16). A mensagem do suposto ataque dizia: "Estejam preparados para serem baleados”. O texto foi publicado em um grupo de WhatsApp intitulado ‘Massacre 16’. Ele foi criado por um usuário de nome Sofia Lopes, com número de telefone da Tailândia.

Além da ameaça, dezenas de ofensas racistas foram feitas, o nome do nazista Adolf Hitler foi saudado e uma menção à reeleição de Jair Bolsonaro (PL) foi enviada.

Sem querer se identificar, o pai de uma jovem de 15 anos que estuda na escola alvo do grupo ‘Massacre 16’ disse que a filha não foi para a escola nessa terça. “Não nos sentimos seguros”. Ele também tem outros dois filhos em escolas vizinhas que não foram à unidade.

“Ficamos com receio agora de levar até em outros dias, porque na nossa cabeça isso pode acontecer sem ter nenhum comunicado", afirma.

Segundo o pai, rumores de um massacre já tinham corrido pela escola antes das férias escolares. No entanto, ele explica que desta vez a ameaça chegou até a diretora da unidade, que se manifestou em um grupo com os pais dos alunos dizendo que pediu reforço do policiamento e registrou um boletim de ocorrência.

Ação da direção e do Estado

Ainda na mensagem, a diretoria garantiu que acionou a Secretaria Estadual de Educação e a escola estaria aberta, mas entenderia o receio de alguns pais e a escola não registraria falta para os alunos que não comparecessem às aulas nesta terça.

Em nota, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo informou que "as equipes do programa Conviva SP e do Gabinete Integrado de Segurança e Proteção Escolar (Gispec) acompanham o caso e prestam apoio à comunidade escolar".

A pasta ressaltou que "repudia toda e qualquer forma de incitação à violência dentro ou fora das escolas". Além disso, apontou que a Diretoria de Ensino de Santos e a escola seguem à disposição da comunidade escolar e das autoridades para mais esclarecimentos.

A Prefeitura de Santos, por meio da Secretaria de Educação (Seduc), afirmou, em nota, que o caso da Escola Estadual Primo Ferreira é acompanhado pela Secretaria da Educação do Estado de São Paulo.

A Seduc também disse repudiar qualquer forma de "incitação à violência, dentro ou fora das escolas, e também o compartilhamento de fake news".

Onda de ameaças

Uma onda de ameaças de massacres em escolas da Baixada Santista e Vale do Ribeira assusta os pais de estudantes.

Na segunda-feira (15), uma ameaça semelhante aconteceu em Registro, no interior de São Paulo. O alvo, neste caso, foram os alunos da Escola Estadual José Pacheco Lomba. Uma publicação no Instagram, em um perfil de nome ‘msscr’ [massacre], dizia que o bullying na escola iria acabar.

O autor da publicação postou a foto de uma espingarda e avisou que mataria cada um que fez bullying com ele. “Seus merdas, não estou sozinho", dizia o perfil. As policias militar e civil estiveram na unidade e não encontraram nada de irregular, mas o caso segue sob investigação.

Na última quarta-feira (10), a Escola Estadual Olga Cury, no bairro Aparecida, recebeu um aviso sobre uma "chacina". Na ocasião, a ameaça foi escrita dentro de uma parede do complexo escolar.

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