Por G1 AP — Macapá


Amapá teve redução de 13,7% no número de escolas com Educação de Jovens e Adultos (EJA) na última década — Foto: Reprodução/Rede Amazônica

O número de escolas que ofertam a modalidade de ensino fundamental da Educação de Jovens e Adultos (EJA) no Amapá sofreu uma redução de 13,7% entre 2009 e 2018, segundo o último Censo divulgado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), do Ministério da Educação (MEC).

Em uma década, o ensino no Brasil ganhou 12% a mais de escolas de educação básica, mas perdeu 34% das instituições que ofertavam EJA do ensino fundamental.

Os números fazem parte de um levantamento do G1, na série “Adultos sem diploma”, com base nas informações do Inep divulgadas em março.

EJA é modalidade de ensino para maiores de 15 anos que não concluíram as etapas na idade esperada — Foto: Reprodução/Rede Amazônica

O EJA é uma modalidade de ensino ofertada para pessoas com mais de 15 anos, que não concluíram a escolarização na idade esperada.

A redução na rede amapaense deixou o estado na quinta posição do ranking negativo entre os estados do Norte – encabeçando a lista está Rondônia, com -51,2%. No país, somente o Distrito Federal terminou a década com aumento no número de escolas com a oferta.

Em dez anos, o Brasil perdeu um terço da oferta de EJA, segundo os microdados do Censo da Educação Básica — Foto: Rodrigo Sanches/G1

Especialistas ouvidos pelo G1 explicam que a queda na oferta não está apenas relacionada ao aumento da escolarização dos adultos, que provocaria menor demanda.

Em entrevista ao portal, a Secretaria Municipal de Educação (Semed) de Macapá justifica que o índice negativo em 10 anos foi resultado de cortes na rede estadual. O coordenador do EJA na capital, Miguel Vitorino, afirma que o Município passou a ofertar mais vagas na rede.

“Essa diminuição ocorreu no Estado, devido justamente deixar de ofertar o primeiro segmento do ensino fundamental nas escolas estaduais. […] Estamos buscando em todos os bairros onde não temos essa modalidade de ensino, estamos estruturando para que, a partir do próximo semestre ou do próximo ano, a gente possa garantir esse direito”, certificou Vitoriano.

Miguel Vitorino, coordenador do EJA em Macapá — Foto: Reprodução/Rede Amazônica

O coordenador reforça que os alunos do EJA enfrentam muitas dificuldades para permanecerem na escola. Ele cita que o Município investe numa merenda mais reforçada e em atendimento com multiprofissionais para manter o estudante frequentando as aulas.

Dificuldades que o serralheiro Reginaldo Machado, de 41 anos, sabe bem quais são. Ele parou os estudos quando era jovem e voltou para a sala de aula 21 anos depois. Ele frequenta o ensino fundamental do EJA na Escola Municipal Profª Odete Almeida Lopes e está focado em terminar os estudos básicos, ensino médio e chegar até fazer um curso de nível superior.

“Para quem estava muito tempo parado, sem estudar, voltei legal. Pretendo continuar agora até terminar uma faculdade, se Deus quiser”, comentou Machado.

Atualmente a rede municipal atende cerca de 2 mil alunos e ainda há vagas abertas.

Reginaldo Machado, de 41 anos, atua como serralheiro e voltou a estudar na EJA — Foto: Reprodução/Rede Amazônica

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