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Alunos relatam dificuldades em estudar à distância para o Enem

Alunos relatam dificuldades em estudar à distância para o Enem

Especificamente em tempos de pandemia, estudar tem sido um desafio imenso para muitos alunos. Acompanhar as aulas pela internet nem sempre é simples. E, nesta semana, o Ministério da Educação anunciou que o Enem 2020 vai ser antes do que muita gente esperava.

Quando não é a internet que trava, são os três filhos que tiram a concentração da Luana. Eles não seguram a curiosidade quando veem a mãe no computador.

“Some tudo. Some canetas, some lápis. Tem que parar para dar uma folha ou uma caneta para eles desenharem para controlar”, conta Luana Damy, aluna e mãe.

A Luana decidiu terminar o ensino médio este ano em uma escola pública e fazer o Enem. Ela não pretende desistir do sonho de cursar a faculdade de Direito. Mas queria mais tempo para se preparar.

“Tem muita gente passando por situação muito complicada, em relação à família, em relação a toda essa pandemia, acho que o momento acaba que o aluno não teria uma concentração 100% e não tem como se preparar. Então, adiar um pouco, acho que vai ajudar bastante”, afirma.

Com as escolas fechadas por causa da pandemia, o MEC desistiu de fazer o Enem em novembro. E anunciou que queria ouvir os estudantes para definir uma nova data. Na enquete feita com eles, a maioria optou por transferir o exame para maio do ano que vem. Mas o Ministério da Educação anunciou esta semana que a prova será em janeiro.

Segundo o MEC, as novas datas foram definidas após conversas com secretários estaduais de Educação e entidades de ensino superior. Vários estudantes que participaram da enquete não ficaram satisfeitos, como a Fernanda.

“Aqui em casa todo mundo está trabalhando via home office. Então, todo mundo utiliza a internet. Ao mesmo tempo. Então, cai toda hora - trava, é muito complicado. Se a gente escolheu maio, é porque é o melhor para nós”, destaca Fernanda Vitória, aluna do 3º ano do Ensino Médio.

Ricardo Henriques, especialista em educação, diz que a pandemia pode aprofundar as desigualdades no ensino e prejudicar principalmente os estudantes mais pobres. E que o MEC e as instituições de ensino devem pensar em alternativas para minimizar essas perdas.

“Talvez fosse possível ao menos pensar, além da data de janeiro, mais uma data intermediária, um novo Enem, no meio do ano, para permitir com que os alunos tivessem essa opção de escolha. O Enem é uma porta, o Enem é uma janela de oportunidades para uma mobilidade social. Sobretudo para garantir que estudantes das escolas públicas, estudantes mais vulneráveis entrem em, nas universidades. Assim, a gente precisaria que os governos se articulassem para aumentar a chance de que esses jovens não sejam punidos pela pandemia”, destaca Ricardo Henriques, superintendente do Instituto Unibanco.

A equipe do Jornal Nacional tentou contato com o Ministério da Educação, mas não teve resposta.

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