Por Amanda Prado e Raquel Honorato, RJTV


Alunos de escolas do Rio tentam se proteger da violência

Alunos de escolas do Rio tentam se proteger da violência

Crianças que estudam em áreas de risco afirmaram que o sonho delas é morar em algum bairro distante da escola por causa da violência. Um aluno, que mora na Comunidade do Jacaré, na Zona Norte do Rio, afirmou que os tiros são seu maior medo. Uma reportagem especial do RJTV mostrou a rotina de professores, alunos e funcionários dessas unidades de educação.

"Não tem horário para [o tiroteio] começar, ele pode começar antes de nós entramos, antes do horário escolar e pode começar de repente durante a aula (...) A gente tenta passar para o corredor de forma organizada para eles também não perceberam tanto o tumulto que está se tornando. Começa a contar histórias, começa a cantar musiquinhas ou começa a fazer com que eles participem de jogos, que distraiam e que se desprendam um pouco do barulho de tiroteio e da gritaria que fica", afirmou a professora Claudia.

Os relatos dos alunos mostram que eles já passaram por momentos de tensão enquanto estavam dentro das unidades de educação. Além disso, muitos deles sabem diferenciar tipos de armamento utilizado pelos criminosos e policiais.

Assustadas, as crianças choram e se desesperam quando o confronto começa durante as aulas. Por causa da rotina violenta, muitas delas já sabem como se proteger e correm para lugares mais protegidos. “Eu fico [assustada], eu choro. Eu tenho muito medo de tiro. (...) Lá na minha escola, eu corro para debaixo da mesa da tia”, contou uma criança.

Professores tentam proteger os alunos como se fossem filhos. Para não passar a insegurança para eles, os educadores tentam distrair os menores.

"A primeira coisa que a gente faz é tentar protegê-los, e isso é uma coisa assim, muito natural, parece que todos ali viram seus filhos e você quer abraçar, quer proteger muito (...) O último tiroteio que eu fiquei estava com uma turma do 1º ano, então tento brincar de passar anel, brincadeiras mais lúdicas e também pintura que é uma coisa que eu sei que acalma eles”, disse a professora Bianca.

Algumas medidas são tomadas por causa da violência. A professora Cláudia afirmou que inicia o dia com a oração do Pai Nosso com os alunos. Além disso, os profissionais não sabem estipular quantas vezes passaram por tiroteios e tiveram que interromper as aulas.

Apesar dos casos de troca de tiros e medo, os alunos gostam de ir para a escola. A justificativa é que a escola é divertida, tem coisas para aprender e muitos gostam de ler.

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