Por G1 ES


Mesmo com escola nova pronta, alunos estudam em más condições em Domingos Martins, no ES

Mesmo com escola nova pronta, alunos estudam em más condições em Domingos Martins, no ES

Mais de 200 crianças estudam em salas improvisadas, com situação precária, na comunidade de Melgaço, em Domingos Martins, na região Serrana do Espírito Santo. A queixa da comunidade ganha contornos ainda mais graves, já que ao lado da Escola Municipal de Ensino Fundamental Melgacinho já existe uma nova estrutura construída.

A nova escola começou a ser levantada ainda em 2014, e ficaria pronta em um ano, mas a empresa responsável pela obra declarou falência, e a estrutura nova segue fechada.

A instituição funciona no mesmo local desde 1968. As salas da única escola da região, que fica a 83 quilômetros de Vitória, têm tacos soltos, paredes descascando e quadro negro quebrado. No total, 234 alunos estão matriculados, mas falta estrutura para atender a todos. Estudante da instituição, Valcione Breno frisa que, como algumas salas não têm piso, o problema foi resolvido apenas com cimento.

A lavradora Vanilda Lahass estudou na escola há décadas, assim como seus filhos. Hoje, o netro de Vanilda é aluno da instituição, e por diversas vezes, chega em casa com queixas do local. "Um dia ele chegou e disse 'vovó, a escola vai cair em cima da gente'", diz.

Aluna do 9º ano, Lara Helen conta que o ensino no local é bom, mas que fica prejudicado por conta da falta de estrutura. "A gente não tem sala de informática. A sala de aula é dividida com duas paredes de madeira, improvisadas". Além disso, não há lugar para as crianças merendarem.

A escola nova seria uma recompensa aos alunos, pelo desempenho no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) em 2012. O prédio está praticamente pronto, apenas sem o acabamento. Dentro do local, há carteiras, armários e até ar condicionado, tudo ainda embalado. A obra toda custou R$ 1,6 milhão.

Os estudantes deveriam ser presenteados, mas houve um problema no projeto da escola nova. "Projetaram até um elevador, para atender a deficientes físicos, mas o elevador não cabe na estrutura que foi construída", explicou o agricultor Solimar Plaster.

A secretária de Educação do município, Adenilde Stein Silva, confirmou a falha no projeto. "A parte de execução não conseguiu colocar o elevador exatamente como tinha sido planejado. Aí começamos um diálogo da engenharia junto à comunidade, para saber se faríamos uma rampa ou se o elevador seria mantido", disse.

Segundo a secretária, a pasta está tomando providências para que uma nova licitação seja aberta em no máximo três meses, para que outra empresa seja selecionada para concluir a obra. "Esperamos que o ano letivo de 2018 já tenha início no novo prédio", prometeu Adenilde.

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