Por g1 Vale do Paraíba e Região


Alunos entraram em desafio de cortar a mão com lâmina de apontador — Foto: Arquivo Pessoal

Movidos por um desafio viral de uma rede social, alunos de uma escola estadual de São José dos Campos se mutilaram com a lâmina de apontadores. De acordo com um pai que denunciou o caso à direção, eles desafiavam uns aos outros a conseguirem o maior número de cortes e a se contaminarem com o sangue uns dos outros. O estado acompanha os casos com os alunos.

O caso aconteceu na escola José Mariotto Ferreira, que fica no Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), envolvendo alunos de 10 a 13 anos. Segundo o relato de um dos pais, que não quis se identificar, eles encontraram o desafio em uma rede social de compartilhamento de vídeos curtos.

Ele soube quando percebeu os cortes nas mãos da filha e ela relatou o caso. Uma psicóloga especialista em comportamento adolescente alerta para os riscos e como lidar com a situação (leia abaixo).

Psicóloga fala sobre automutilação de estudantes em escola de São José

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Os alunos desmontavam os apontadores e, com as lâminas, iam para o banheiro e eram desafiados a fazer cortes nas mãos. Quem aguentasse o maior número de cortes, ganhava o desafio. Em uma das rodadas, um aluno chegou a desafiar colegas a se contaminarem com o sangue um dos outros. Pelo WhatsApp eles compartilhavam as fotos dos cortes para a contagem.

Os pais procuraram a direção da escola, que fez uma reunião com os alunos para orientação. A Secretaria Estadual de Educação informou que acompanha o caso e que colocou psicólogos à disposição para atender os alunos, mediante autorização dos pais.

“A pasta mantém formação constante de suas escolas para que ações que afetem a integridade física dos estudantes da rede possam ser combatidas com o apoio da comunidade escolar e órgãos responsáveis”, informou em nota.

Alunos cortaram a mão com lâmina de apontador — Foto: Arquivo Pessoal

Psicóloga faz alerta aos pais

A psicóloga, Fabiana Luckemeyer, especialista no comportamento de adolescentes, alerta os pais para estarem atento às mudanças de comportamentos dos filhos e manter diálogo aberto para que, casos como esses, sejam relatados.

“É comum que adolescentes entrem no efeito manada e em ações assim, porque eles não têm o julgamento formado. É preciso estar presente, manter diálogo e o acolhimento. Se ele se sentir julgado por se colocar em situações assim, não vai relatar”, explica.

A especialista ainda ressalta que os pais e educadores devem ficar atentos às mudanças de comportamentos. A automutilação no caso foi um ‘desafio viral’ mas é uma doença, entretanto, ela ressalta que é preciso acolher para que o adolescente compreenda a gravidade do fato.

“É preciso que fiquemos atentos ao comportamento e as mudanças dele para saber quando é o momento de intervir com um profissional”.

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