Educação

Por Lilian Olivera e Vítor Oliveira*, TV Globo e g1 PE


Estudantes denunciam má qualidade da merenda em escola estadual, em Olinda

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Uma larva foi encontrada na merenda servida no almoço da Escola de Referência do Ensino Médio Marechal Floriano Peixoto, no bairro de Ouro Preto em Olinda. Segundo os alunos do colégio, essa não foi a primeira vez em que houveram problemas relacionados à higiene na unidade de ensino (veja vídeo acima).

A larva foi encontrada no dia 15 de junho, há uma semana. Nesta quarta-feira (22), a estudante Karolina Nascimento relatou que outras coisas já foram encontradas nos pratos servidos.

"Não é a primeira vez que a gente acha coisas não comíveis. Já aconteceu de acharem pedra no feijão. Além disso a comida atrasa muito e mesmo assim vem feijão duro e um arroz que não está um dos melhores. É horrível", comentou.

Larva encontrada em refeição em escola estadual de Olinda — Foto: Reprodução/WhatsApp

Por se tratar de um colégio integral, a Erem Marechal Floriano Peixoto oferece três refeições por dia: merenda, às 10h; almoço, às 11h40; e outra merenda, às 15h30.

A também estudante Giovanna Rayssa disse que uma colega encontrou um objeto metálico na comida.

"Uma menina da nossa sala disse que apareceu uma porca, daquelas de ferramenta, na salada de frutas dela. A gente foi para a diretoria e falaram para a gente não comentar nada, para não espalhar na escola, mas é uma falta de higiene", afirmou.

Devido à qualidade da merenda, alguns alunos relataram que preferem não comer no colégio elevar marmitas com comidas preparadas em casa. Yasmin Vitória foi uma das alunas que questionou a direção do colégio sobre a situação da comida.

"Eles disseram que o pessoal cozinha para 400 alunos e é difícil ter controle sobre isso. Mas foi achada uma larva viva e eu acredito que, se tivesse achado no feijão cru, tudo bem, mas foi para a panela de pressão e ela não se desfez", disse.

Erem Marechal Floriano Peixoto, localizado em Ouro Preto, Olinda — Foto: Reprodução / TV Globo

Segundo a direção da escola, depois que a larva foi encontrada, foi chamada uma nutricionista da Secretaria de Educação e Esportes e outra profissional do Controle de Qualidade da empresa que prepara as refeições.

De acordo com a diretora do colégio, Yara Cunha, as duas nutricionistas passaram orientações sobre o armazenamento e o cuidado com a comida. Mas, apesar disso, os pais dos alunos ainda se dizem preocupados com a situação. É o caso de José Cristiano, microempresário e pai de uma aluna do colégio.

"Isso é revoltante, porque meu filho mais velho se formou aí e ele não precisava trazer marmita, trazia até lanche da escola. Mas, hoje, é essa desmoralização com os alunos", disse.

Por meio de nota, a Secretaria de Educação e Esportes disse que tomou conhecimento e está apurando a denúncia. A Gerência Técnica de Alimentação e Nutrição entrou em contato com os estudantes, a direção da escola e a empresa que fornece a merenda.

Somente um aluno teria apresentado a denúncia, segundo a secretaria. A pasta também informou que os alimentos obedecem a padrões rígidos de qualidade.

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Alunos da Escola de Referência em Ensino Médio (Erem) Pintor Manoel Bandeira, em Bairro Novo, Olinda, também denunciam ter encontrado larvas na merenda escolar (veja vídeo acima), no início de junho. Segundo eles, havia larvas nos pratos servidos funciona no sistema semi-integral.

Já no no Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife, 60 alunos passaram mal e tiveram quer ser socorridos por conta de uma intoxicação alimentar. O caso aconteceu na Escola Técnica Estadual Luiz Alves no mês de março (veja vídeo abaixo).

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Os alunos denunciaram, ainda, que teriam sido "pressionados" pela direção do colégio a não fazerem postagens nas redes sociais sobre a qualidade da merenda.

No mês seguinte, em abril, alunos da Escola de Referência em Ensino Médio de Beberibe, na Zona Norte do Recife, denunciaram ter encontrado larvas na merenda (veja vídeo abaixo).

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