Visando minimizar os problemas psicológicos, desenvolver a autoestima e promover a alegria, as disciplinas de biologia e educação física se uniram para ensinar sobre esse estado de espírito, por meio de dinâmicas, brincadeiras e visitas de profissionais da área de saúde.

Neste primeiro semestre, as aulas interdisciplinares aconteceram duas vezes por semana e reuniram alunos que se preparam para iniciar a faculdade e o trabalho.

Segundo os próprios estudantes, a disciplina os ajuda a entender o mundo, a busca pela carreira ideal e lidar com a instantaneidade da atualidade.

“Parece que todo mundo em volta reduz o nosso sofrimento: é criança, é adolescente. E não. A gente também tem muitos problemas e a gente está crescendo ainda, a gente não sabe como lidar com isso”, disse o estudante Rafael Ribeiro.

Para ensinar a felicidade em forma de disciplina escolar, a professora de educação física Rosana Macedo Venanzi explicou que as aulas trabalham a atenção dos alunos para eles mesmos, com o objetivo de mostrar que a felicidade está dentro de cada um.

“A gente não tem uma receita, infelizmente, mas a gente pôde trazer para eles algumas alternativas, como o exercício físico, buscar a felicidade em algumas coisas da vida, para eles valorizarem isso, se valorizarem”, disse a professora.

De acordo com a professora de biologia Isabel Kakuda, a disciplina foi pensada para combater a tristeza profunda, a ansiedade e a baixa autoestima dos alunos, para evitar que os problemas psicológicos piorem com o tempo.

“Quando você vê o aluno muito quietinho, se você for investigar pode ser que você encontre algum problema de infelicidade, de depressão”, disse.

Para a estudante Letícia Yukari Hirossi, a disciplina foi fundamental para que ela lide com as pressões da vida adulta que estão, a cada dia, mais próximas.

“Eu estou mais feliz definitivamente. Até o ano passado eu pensava muito nessa questão: o que eu vou fazer quando acabar o ensino médio? E quando eu entrei nessa eletiva teve momentos de meditação, palestras e tudo mais e eu fui percebendo que eu estava focando muito no futuro e estava esquecendo de focar em ser feliz agora”, contou.

Entre os exercícios práticos e teóricos, cada aluno teve a oportunidade de escolher qual é seu método preferido para aprender a ser feliz.

“A meditação que as professoras fizeram com a gente, para mim, foi muito útil e eu comecei a praticar em casa também, aprendi a ter mais autocontrole em todas as situações do dia a dia”, disse o estudante Rafael Shoiti.

Considerada um sucesso pelos educadores, a disciplina tem curta duração, pois faz parte de um projeto de eletivas semestrais, que visa trabalhar a autonomia e a consciência social dos adolescentes.

Segundo os professores, após as aulas, é possível perceber uma melhora significativa no comportamento dos alunos.

“Essa turma é maravilhosa, a gente teve um excelente resultado, foi até mais do que a gente esperava”, contou Rosana.