Por Walder Galvão, G1 DF


Estudante em escola da rede pública de ensino do DF, em imagem de arquivo — Foto: Andre Borges/Agência Brasília

A Secretaria de Educação do Distrito Federal (SE-DF) vai reformular o currículo dos estudantes de ensino médio na rede pública. A partir do próximo ano, 12 escolas da capital adotarão um novo modelo de ensino. A previsão é que o formato seja implementado em toda a rede de ensino até 2022.

Entre as mudanças previstas está a possibilidade de os alunos escolherem parte das matérias a serem cursadas (veja detalhes abaixo). As medidas fazem parte do Currículo em Movimento do Novo Ensino Médio, que foi aprovado pelo Conselho de Educação do DF na terça-feira (8).

De acordo com a SE-DF, a implementação do sistema é prioridade. A secretaria afirma que a ideia é dar maior chance de profissionalização aos estudantes. No ano que vem, as mudanças serão adotadas pelas seguintes escolas:

  1. CED 3 do Guará
  2. CEM 804 do Recanto das Emas
  3. CEM 3 de Taguatinga
  4. CED 4 de Sobradinho
  5. CEMI Gama
  6. CED 123 de Samambaia
  7. CEM 3 do Gama
  8. CEM 12 de Ceilândia
  9. CEM 304 de Samambaia
  10. CEM 404 de Santa Maria
  11. CED São Francisco, em São Sebastião
  12. CEM 1 de Sobradinho

Mudanças

Segundo a Secretaria de Educação, os estudantes do ensino médio deixarão de ser separados por séries (1°, 2° e 3° ano) e passarão a ser avaliados em seis semestres.

O novo sistema deve funcionar de forma semelhante ao das universidades. Os alunos terão matérias obrigatórias e seletivas, e terão que gerar 180 créditos nessas disciplinas, durante os seis semestres, para serem aprovados.

Profissionalização

As matérias obrigatórias dos estudantes são chamadas de "formação geral básica". Ao todo, os jovens deverão cumprir 1,7 mil horas dessa modalidade. Ela é formada por quatro áreas, divididas em componentes:

  • Linguagens e suas tecnologias: português, inglês, arte, educação física
  • Matemática e suas tecnologias: matemática
  • Ciências da natureza e suas tecnologias: biologia, física, química
  • Ciências humanas e sociais aplicadas: história, geografia, sociologia, filosofia

Além disso, os alunos poderão optar por matérias específicas, chamadas de "itinerário formativo". Ao todo, eles terão de cursar 1,3 mil horas desse tipo de disciplina. O conteúdo oferecido pelas escolas será dividido em quatro tipos:

  • Projeto de vida
  • Língua espanhola
  • Eletivas orientadas
  • Trilhas de aprendizagem

Segundo a Secretaria de Educação, há 200 disciplinas prontas para serem oferecidas aos estudantes do DF. Eles deverão escolhê-las desde o primeiro semestre.

A pasta explica que, por exemplo, se um aluno quer ser engenheiro, ele pode optar por áreas de matemática e ciências da natureza. Caso um estudante deseje se tornar advogado, ele poderá ter mais aulas sobre linguagens e ciências humanas.

Alunos a caminho de escola em Taguatinga no DF, em imagem de arquivo — Foto: TV Globo

Os estudantes ainda terão a possibilidade de sair das escolas com diploma de curso técnico. Caso o aluno opte, poderá adquirir a formação geral básica e o complemento da educação profissional e tecnológica. Para isso, deve aderir a mais aulas, que terão entre 800 e 1,2 mil horas de duração.

Alguns cursos técnicos serão ministrados em parceria com o Senai e o Senac, como técnico em administração, técnico em informática, assistente administrativo e técnico em manutenção automotiva.

Atualmente, o DF conta com 82 mil estudantes matriculados no ensino médio, distribuídos em 91 escolas.

Sem previsão de aulas presenciais

Em outubro, a Justiça do DF suspendeu o volta às aulas presenciais na rede pública

Em outubro, a Justiça do DF suspendeu o volta às aulas presenciais na rede pública

Não há data determinada para o retorno das aulas presenciais na rede pública da capital. Em outubro, o secretário de Educação, Leandro Cruz, afirmou que a retomada só deve ocorrer no ano que vem.

"Vamos garantir também, para que em 2021, quando retornarmos às aulas de forma presencial, a gente retorne com segurança. O novo normal que está aí, ele vai permanecer. O hábito de lavar as mãos, de higienizar as escolas, de ter uma rotina mais cuidadosa", disse à época.

O tema também está no centro de uma disputa na Justiça. Em 23 de outubro, a Vara da Infância e da Juventude (VIJ-DF) determinou a volta das atividades, atendendo a um pedido do Ministério Público do Distrito Federal.

Entretanto, a medida foi suspensa por um desembargador do Tribunal de Justiça do DF e Territórios (TJDFT), que acatou um recurso do governo local.

Segundo o Executivo, "os equipamentos necessários ao controle e prevenção da disseminação na comunidade estudantil ainda estão em fase de aquisição".

Além disso, o governo informou que seria "materialmente impossível" planejar o retorno, dentro do prazo anteriormente fixado, considerando a necessidade de outros serviços essenciais como alimentação e transporte.

Ao julgar o caso, o desembargador afirmou que "não se pode determinar este tão aguardado retorno sem que as autoridades públicas responsáveis pela condução das políticas públicas estejam preparadas para esta tarefa".

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