Por SP1 — São Paulo


Alunos de escolas estaduais questionam mudança de horário de aulas

Alunos de escolas estaduais questionam mudança de horário de aulas

Alunos de escolas estaduais de São Paulo estão preocupados com as mudanças nos horários das aulas que serão provocadas pelo Programa de Ensino Integral (PEI) no ano letivo de 2022. Eles temem não conseguir conciliar estudo e trabalho.

Estudantes da Escola Estadual João Baptista Alves Silva, no Jardim Filhos da Terra, Zona Norte da capital, realizaram um protesto contra o PEI.

Com a proposta de ensino integral, o tempo de permanência em sala de aula aumenta de cinco para sete horas, podendo ser das 7h às 14h ou das 14h15 às 21h15.

A mudança faz parte do Plano Nacional de Educação: 780 escolas em todo o estado entram para o programa a partir do próximo ano.

A alteração também é questionada por educadores, como conta uma professora que preferiu não se identificar.

“Muitos professores estão sofrendo perseguição e assédio moral nas escolas por serem contra esse programa. Um programa excludente porque não permite que eles consigam trabalhar em outros lugares, mesmo que informalmente ou como jovem aprendiz. Não permite que eles façam um curso profissionalizante, ingressem numa Etec”, disse a docente.

“Caso algum aluno não deseje permanecer na escola, ele pode ir para outra unidade escolar. A gente vai garantir que ele tenha uma vaga”, garantiu Bruna Waitman, coordenadora de ensino integral da Secretaria da Educação. Uma das preocupações é que, com a transferência dos alunos para locais mais distantes, eles acabem desistindo de estudar.

Na Escola Estadual Wilfredo Pinheiro, na Zona Leste, alunos também se perguntam se vai sobrar tempo para trabalhar no ano que vem, mas por outro motivo. “A gente soube que o noturno ia fechar”, contou a mãe de um aluno.

“Tivemos uma reunião na Leste 4, que é a secretaria que rege São Mateus, e foi constatado como se a matrícula não tivesse sido avaliada, como se tivessem apenas seis alunos inscritos, sendo que havia mais de 24. Há demanda para o noturno, mas eles não desejam que o noturno permaneça", declarou o estudante Lucas Carvalho.

“Eles jogaram para o período da manhã, sendo que muitos alunos não conseguem, que é o meu caso e de diversos colegas de escola que precisam do trabalho. Ano que vem é escolher entre escola e trabalho”, pontuou o aluno Luciano Carvalho.

A Secretaria Estadual da Educação disse que não vai fechar o período noturno na escola Wilfredo Pinheiro e que os interessados em estudar no período devem confirmar a rematrícula indicando o horário desejado para que a escola possa se organizar e confirmar as turmas para 2022.

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